O dia em que a Coreia do Norte ficou sem Internet, após ataque de hacker de origem colombiana vindo dos EUA

Uma característica comum de qualquer especialista em hackear sistemas digitais é que eles nunca mostram seu rosto ou nome verdadeiro. O simples fato de violarem estruturas de TI pode lhes trazer problemas jurídicos, caso o façam sem o consentimento de qualquer autoridade oficial. A partir desta premissa descobrimos que Alejandro Cáceres é diferente. Há três anos, violou as ligações do regime norte-coreano e deixou todo o país asiático sem Internet durante uma semana.

Clique para receber notícias de Tecnologia e Ciências pelo WhatsApp

Qualquer pessoa com meio cérebro ficaria realmente assustada depois de tal ação. Aqueles que não estão familiarizados com o sistema de governo da Coreia do Norte, embora o seu nome oficial tenha o título de “República Democrática”, estão sujeitos a um regime totalitário, liderado pela dinastia Kim, na qual Kim Jong-un governa atualmente, desde o ano 2011.

AP

Os vídeos de Kim Jong-un testando mísseis balísticos de longo alcance, com os quais poderia atacar outros continentes, sem ter que retirar tropas de suas fronteiras. Além disso, possuem um programa de armas nucleares sobre o qual pouco ou nada se sabe e que gera muita incerteza entre as grandes potências do mundo, como os Estados Unidos, por exemplo.

Foi isso que Alejandro Cáceres atacou em 2022, quando agiu sob o comando de seus internautas: _hyp3ri0n ou P4x (pronuncia-se Pax). O mais surpreendente sobre este assunto é que o hacker realizou este ataque contra o governo norte-coreano sem trabalhar para nenhuma organização oficial dos Estados Unidos. Segundo afirma o mesmo especialista, em entrevista ao El País, foi uma resposta a um ataque que já tinha sofrido anteriormente por parte de cibercriminosos norte-coreanos.

Gênio por trás do teclado

Alejandro Cáceres nasceu nos Estados Unidos, mas seus pais são colombianos, segundo o jornalista do referido meio de comunicação, que ficou surpreso que o hacker falasse com ele em um espanhol perfeito.

P4x, o pseudônimo que ele usa com mais frequência, explica que em 2021 ele conseguiu impedir que hackers norte-coreanos tentassem instalar malware em seu computador. Ele notificou autoridades como o FBI sobre a eventualidade e revela que não recebeu uma resposta eficaz.

Assim, a sua reacção desde então, alimentada pela raiva por ter sido exposto a cibercriminosos internacionais, foi estudar os servidores de ligação que eles usam na Coreia do Norte.

O ataque à Coreia do Norte

Durante sua investigação, ele diz que encontrou “coisas surpreendentes”. A primeira é que “havia dois grandes roteadores que centralizavam as conexões de todo o país”. Pesquisei suas características no Google e vi que não eram nem gigantes, mas sim de tamanho médio.”

Então, ele se dedicou a alugar servidores de todos os tipos na nuvem espalhados pelo país, para executar um ataque de negação de serviço (DoS), que nada mais é do que saturar um sistema com muitas requisições, para que depois de fazer muitas rejeições, o mesmo servidor acaba bloqueando.

Depois de “bombardear” os servidores norte-coreanos, ainda escondidos dos seus rivais, Cáceres recebeu visitas das autoridades norte-americanas, que chegaram a contratá-lo para trabalhar nestas organizações.

Foi então que decidiu revelar seu rosto e identidade, pois se sentia mais seguro. Embora na entrevista ao El País ele tenha dito que, mesmo não gostando de armas, os agentes do FBI recomendaram que ele levasse uma arma consigo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.