8/1: Motta diz que “com certeza” pautará anistia, mas promete “imparcialidade”

Em entrevista a veículos de comunicação da Paraíba, o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou neste domingo (2) que “com certeza” o assunto da anistia aos presos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro será colocado em pauta nas próximas reuniões com os líderes da Casa, sendo o debate conduzido com “imparcialidade”.

Motta ressaltou que as pautas de costume não são prioridade no momento, afirmando que os esforços devem se concentrar em agendas que tragam maiores benefícios à população brasileira, uma vez que esses temas costumam dividir o país. Em suas palavras:

“Esse tema é o tema que mais divide a Casa hoje. Você tem o PL defendendo que se vote a anistia para os presos lá do episódio do 8 de janeiro e você tem a esquerda, o PT principalmente, defendendo que esse assunto não seja debatido, não seja votado na Casa”, disse Motta. “A pauta [de votação da Câmara] é feita pelo presidente com a participação dos líderes. E com certeza esse será um tema que será levado para essas reuniões nos próximos dias. E vamos conduzir com a maior imparcialidade possível.”

Hugo Motta assumiu a presidência da Câmara com o apoio de 444 dos 513 deputados federais, sucedendo o então presidente Arthur Lira (PP-AL), e comandará a Casa pelos próximos dois anos. A questão da anistia aos presos pelos ataques de 8 de janeiro tem sido um ponto de discórdia entre o governo Lula e a oposição, fato que motivou, no ano passado, a criação de uma comissão especial pelo governo anterior para tratar do tema.

Sobre as pautas ideológicas que tradicionalmente dividem a Casa, Motta afirmou que, apesar de serem debates interessantes e, por vezes, mais motivadores do que questões burocráticas, elas não representam a prioridade atual. Ele destacou que a definição da pauta de votação não é exclusiva do presidente da Câmara, mas resulta de um trabalho conjunto com os líderes legislativos:

“Essas pautas ideológicas, de costume, penso eu que elas não estão na prioridade do dia. É um debate interessante, às vezes, até nos motiva mais do que debater coisas mais burocráticas. Mas o que nós temos visto ao longo do tempo? [Temos visto] que essas pautas muito mais dividem o país do que nos trazem benefícios imediatos.”

Motta ainda comentou que, quando o Congresso se envolve nesses debates, acaba consumindo “muita energia” e afastando o foco de questões que podem impactar diretamente a vida das pessoas.

Na agenda imediata, o novo presidente da Câmara terá uma reunião nesta segunda-feira (3) com o presidente Lula, no Palácio do Planalto, acompanhados pelo novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

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