Reforma agrária na África do Sul leva Trump a cortar ajuda ao país natal de Musk

Donald Trump e seu aliado Elon Musk, nascido na África do Sul. Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo a suspensão do financiamento para a África do Sul, país natal de Elon Musk. Segundo Trump, a decisão se baseia em alegadas violações de direitos humanos pelo governo sul-africano em sua política de redistribuição de terras. Com informações de Jamil Chade, no Uol.

Por meio de suas redes sociais, o líder americano acusou a África do Sul de “confiscar” propriedades e “tratar algumas classes de pessoas muito ruim”.

“É uma situação ruim que a mídia de esquerda radical não quer nem mencionar”, declarou Trump. “Uma violação massiva dos direitos humanos, no mínimo, está acontecendo para que todos vejam. Os Estados Unidos não vão tolerar isso, nós vamos agir. Além disso, cortarei todos os financiamentos futuros para a África do Sul até que uma investigação completa dessa situação seja concluída”, escreveu.

Presidente da África do Sul
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Reprodução

Em 2023, os Estados Unidos destinaram aproximadamente US$ 400 milhões em assistência ao país africano, com a maior parte dos recursos voltada para o setor de saúde.

A reforma agrária continua sendo um dos assuntos mais sensíveis na África do Sul. Mais de três décadas após o fim do Apartheid, a maior parte das propriedades agrícolas segue em posse da minoria branca. Dados oficiais apontam que 72% das terras estão nas mãos dos brancos, que representam apenas 7% da população.

Em janeiro, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, sancionou uma lei que permite ao governo, em determinadas condições, oferecer “compensação nula” por terras expropriadas para fins de interesse público.

As autoridades garantem que o processo não será arbitrário e que a negociação com os proprietários será priorizada. No entanto, setores mais conservadores encaram a medida como uma ameaça.

No passado, durante seu primeiro mandato, Trump já havia criticado relatos de que agricultores brancos estariam sendo mortos por negros sul-africanos, mas, à época, isso não resultou em sanções.

Agora, diplomatas estrangeiros em Pretória interpretam a decisão de Trump como um indício de que os Estados Unidos pretendem intervir em questões internas de outros países sempre que considerarem necessário.

Além disso, Elon Musk, nascido na África do Sul, tem sido acusado em seu país de origem de incentivar grupos supremacistas brancos.

Em uma entrevista recente, seu pai, Errol Musk, mencionou como “os brancos estavam com medo” quando Nelson Mandela assumiu a presidência. “Os brancos não estavam tranquilos com negros administrando o país”, afirmou.

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