O plano de aliados para tentar livrar Bolsonaro da prisão

Jair Bolsonaro (PL): aliados do ex-presidente planejam reação em quatro frentes para livrá-lo da prisão. Foto: Reprodução

O núcleo mais próximo de Jair Bolsonaro (PL) já se movimenta para reagir ao avanço do inquérito do golpe no Supremo Tribunal Federal (STF), prevendo um desfecho rápido. O objetivo central é criar um ambiente que dificulte uma ordem de prisão contra o ex-presidente e aumente as chances de torná-lo apto às eleições de 2026.

As estratégias têm sido planejadas para “proteger o líder”, segundo um aliado de Bolsonaro. No campo político, a prioridade é intensificar as articulações para aprovar a anistia aos presos do 8 de janeiro e promover mudanças na Lei da Ficha Limpa, reduzindo o período de inelegibilidade de condenados, conforme informações da colunista Renata Agostini, do Globo.

O entorno de Bolsonaro avalia que o novo comando do Congresso já deu sinais de que pode apoiar essas pautas. Nos bastidores, negociações estão sendo conduzidas com presidentes de partidos do Centrão, que, segundo bolsonaristas, estariam receptivos à proposta.

Sem uma instância recursal acima do STF, o grupo analisa acionar cortes internacionais para contestar o que considera um processo falho conduzido pela Justiça brasileira. Para aliados de Bolsonaro, esse movimento poderia gerar uma pressão internacional, impulsionada por governos de direita ao redor do mundo.

Os bolsonaristas também esperam apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tanto em medidas que possam criar dificuldades para o governo de Lula (PT) quanto em ações diretas contra o STF. Eles citam como exemplo o fato de a Trump Media ter entrado na Justiça da Flórida contra o ministro Alexandre de Moraes, alegando violação da soberania americana.

Presidente da República Jair Bolsonaro cumprimenta o presidente dos Estados Unidos Donald Trump. | Agência Brasil
Bolsonaro e Trump: aliados do ex-capitão também esperam apoio do presidente dos Estados Unidos. Foto: Reprodução

Além das articulações institucionais, a mobilização popular é vista como peça-chave do plano. O ato marcado para o Rio de Janeiro no próximo mês será o primeiro de uma série de manifestações contra o governo petista. Segundo interlocutores de Bolsonaro, a antecipação da campanha de 2026 ajudaria a criar uma blindagem contra uma eventual prisão e a reverter a inelegibilidade do ex-presidente.

Apesar da aposta nas ruas, o grupo bolsonarista evita, neste momento, estimular pedidos de impeachment contra Lula, ainda que o tema tenha ganhado força em setores da direita. O argumento utilizado é que, se Lula deixar o cargo, o país ficará sob o comando do “amigo de Alexandre de Moraes”, em referência ao vice-presidente Geraldo Alckmin.

Para o núcleo duro bolsonarista, a soma dessas ações pode criar um ambiente que favoreça o ex-chefe do Executivo em uma possível condenação, levando a uma dosimetria de pena mais branda e afastando o risco de prisão.

A estratégia final dos articuladores de Bolsonaro é demonstrar que o crescimento da direita é “inevitável” em 2026 e que, se o STF insistir em tirá-lo do jogo eleitoral, haverá retaliação.

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