A hora dos juristas que passam pano. Por Moisés Mendes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cabisbaixo, com mãos próximas ao rosto
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução

Agora, o debate é se eles estavam só preparando ou já executando um golpe. É bem chatinho, porque aí só os ‘especialistas’ têm lugar de fala nessa falsa controvérsia.

Há um jeito de facilitar as coisas. Os juristas de direita e simpatizantes de extrema direita vão dizer que foi apenas uma ideia discutida entre amigos civis e fardados.

E os juristas não alinhados com essa gente, mesmo que não sejam de esquerda, vão assegurar que o golpe foi pensado, planejado e executado e não deu certo.

Não tem erro. Jurista passador de pano é especialista nisso mesmo, em passar pano. Com o respaldo dos amigos da grande imprensa.

Mesmo sabendo que desde 2021, como qualquer estagiário sabe, há uma lei que configura como crime a tentativa de aplicação de golpe. Mesmo, é óbvio, que não chegue a um desfecho ou não tenha êxito.

Até porque, se Bolsonaro não tivesse se acovardado e fugido para os Estados Unidos e se o golpe tivesse dado certo, eu não estaria aqui agora escrevendo o que vocês acabaram de ler.

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HUMILHADO

Mauro Cid teve a ambição de ser o chalaça de Bolsonaro e acabou virando o mandalete de Michelle.

É um dos personagens trágicos da História e já se candidata a ser o militar mais patético desde a criação do Exército.

Além de fracassado como ajudante do golpe, hoje é humilhado pelos comentários de bolsonaristas que o definem, entre outras coisas, como um coitado que nunca chegaria a general.

Num dos vídeos divulgados com depoimentos do coronel ao ministro Alexandre de Moraes, no ano passado, ele resume assim sua situação:

“Estou com 45 anos, venho da quarta geração de militares na família e estou vendo minha carreira desabar na minha frente. Amigos meus… Vou usar a expressão que gosto de usar: leproso. Não porque acham que eu fiz alguma coisa de errado, mas porque sabem que podem se prejudicar no Exército se ficarem se aproximando de mim”.

Mauro Cid foi abandonado pela família e pelo Exército. Virou um traste para a estrutura do golpe e para as Forças Armadas. Tudo porque foi serviçal demais.

Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes

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