Mercado Livre (MELI34): a forte recuperação operacional que faz ação saltar após 4T

O Mercado Livre (MELI34), maior empresa da América Latina em valor de mercado, divulgou na quinta-feira (20) seus resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24) após o fechamento do mercado, apresentando uma dinâmica positiva, na avaliação da Genial Investimentos.

Apesar da receita em linha com as estimativas da corretora, as margens surpreenderam positivamente, impulsionando as ações em cerca de 15% no pre-market, atingindo US$ 2.423,86 na Nasdaq.

“Diferentemente do trimestre anterior, marcado por margens pressionadas devido a investimentos logísticos, provisões advindas do crescimento da operação de cartão de crédito e ao mix desfavorável do 1P, a empresa reportou lucro líquido de US$ 639 milhões e margem de 10,5%, superando expectativas e mostrando uma recuperação operacional significativa”, comenta a Genial.

No geral, a Genial Investimentos prevê uma melhora na estabilidade econômica da Argentina, que agora contribui de forma mais positiva para os resultados consolidados, cenário oposto ao observado no primeiro semestre de 2024, quando a volatilidade econômica no país era maior. Enquanto isso, Brasil e México seguem como destaques, impulsionando os resultados do Mercado Livre.

O Bradesco BBI, por sua vez, destaca que que o EBIT (lucro antes juros) e o lucro líquido ficaram confortavelmente acima das expectativas, e as mensagens do 4T24 ajudam a consolidar ainda mais a confiança na capacidade de monetização da empresa.

Para o BBI, a monetização veio em muito boa forma e acima das expectativas, diferentemente do trimestre anterior, enquanto a tese de composição por trás de ambos os trimestres permaneceu a mesma. Dessa forma, o banco manteve a visão que a companhia pode continuar usando algum espaço de margem para aprimorar o ecossistema e capturar oportunidades de crescimento, o que pode pressionar a margem do Mercado Livre de vez em quando.

Cartões de crédito

O Itaú BBA vê o negócio de cartões de crédito não apenas como um mercado endereçável significativo (companhia deve deter uma participação modesta de 1,8% no Brasil), mas também como um canal estratégico para reduzir custos de financiamento, fortalecendo a primarização do cartão.

Para acompanhar essa evolução, o BBA destaca dois indicadores-chave: (i) o crescimento dos ativos sob gestão (AuM), que englobam contas remuneradas, poupança, investimentos e saldos não investidos – totalizando US$ 10,6 bilhões, um salto de 130% em relação ao ano anterior – e (ii) o volume transacionado por cartão (TPV/cartão), que estima em US$ 580 no Brasil, ainda abaixo dos principais concorrentes, como o Nubank, cuja média é 40% superior.

GMV

Apesar da concorrência, o Mercado Livre entregou uma aceleração de valor bruto da mercadoria (GMV) de 2 anos no Brasil e uma retomada de itens vendidos na Argentina. O GMV cresceu 56% ex-FX, desacelerando de um crescimento de 71% no 3T24 e de 83% no 2T24 em meio à menor inflação da Argentina.

Segundo Morgan, o Brasil continuou sendo um destaque , com crescimento ex-FX de +32%, marcando apenas uma desaceleração sequencial de -2pp, apesar de uma base de comparação mais difícil de +7pp — apontando para um ganho de participação descomunal na temporada de férias do 4T24, com muitos eletrônico.

No México, o crescimento acelerou +1pp para +28% ex-FX em uma base de comparação mais fácil de -4pp, apontando para resiliência em meio a tendências de consumo cada vez mais lentas no país.

Na Argentina, o crescimento ex-FX foi de +141%, em itens vendidos +18%. O crescimento de itens ficou acima da previsão de alta de 5% do Morgan e marcou uma ligeira retomada de 16% no 3T24, apontando para uma recuperação subjacente real que mais do que superou uma base de comparação difícil.

“Os drivers de ganho de participação permaneceram amplos, com KPIs de suporte em logística (penetração de atendimento atingindo máximas em todos os países), novos usuários (compradores exclusivos +24% a/a, vs +21% no 3T) e frequência de compra (itens por comprador +3% a/a, vs +6% no 3T)”, explicam analistas do Morgan.

Bancos recomendam compra de Mercado Livre

Com a expectativa de continuidade na expansão das margens, alinhada à solidez dos indicadores operacionais, a Genial Investimentos reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 130 por BDR (recibo de ações negociados nos EUA).

Já BBI, Morgan e BBA mantiveram recomendação de compra para Mercado Livre, com preço-alvo de, respectivamente, US$ 2.550, R$ 2.400 e US$ 2.282.

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