Denúncia de Gonet expõe omissão de Aras durante sua atuação na PGR

Augusto Aras, ex-procurador-geral da República – Foto: Reprodução

A denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado, segundo o colunista Frederico Vasconcelos, da Folha, revela fatos que Augusto Aras, ex-procurador-geral, optou por não investigar durante sua gestão.

A omissão de Aras diante de atos que culminaram nos eventos de 8 de janeiro de 2023 é um dos pontos centrais da denúncia, que expõe como sua inação permitiu a escalada das ações antidemocráticas.

Aras, embora não seja citado diretamente na denúncia, foi criticado por sua postura tolerante diante de discursos de ódio e ataques às instituições.

Durante seu mandato, ignorou pedidos de subprocuradores para conter a violência política e os abusos de poder. Em abril de 2020, por exemplo, cinco subprocuradores-gerais solicitaram que o ex-procurador recomendasse a Bolsonaro evitar manifestações contra as políticas de saúde durante a pandemia. Aras, no entanto, arquivou o pedido e poupou o ex-presidente.

Ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-procurador-geral da República Augusto Aras – Foto: Reprodução

A atuação de Aras também foi questionada em relação ao combate à desinformação sobre o sistema eleitoral. Em janeiro de 2021, 36 subprocuradores pediram a abertura de um procedimento contra o ex-capitão por abuso de poder após ele questionar a segurança das urnas eletrônicas. Na ocasião, Aras alegou que o caso já estava sendo analisado pela Justiça Eleitoral e pelo STF, mas sua inércia foi vista como um sinal de complacência com as ações bolsonaristas.

A denúncia de Gonet destaca ainda que, em 2021, Bolsonaro e seus aliados já planejavam medidas extremas, como a criação de um plano golpista e até mesmo uma possível fuga do ex-presidente.

Em julho daquele ano, Bolsonaro atacou publicamente o sistema eleitoral e, em setembro, ameaçou não mais acatar decisões do STF, inflamando seus apoiadores contra o Judiciário. Aras, no entanto, manteve-se passivo diante desses ataques.

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