A falta de reação para a agressão vil sofrida por Marcelo Rubens Paiva diz muito sobre a esquerda

O agressor de Marcelo Rubens Paiva num bloquinho em SP

O vídeo da agressão ao escritor Marcelo Rubens Paiva no bloco Acadêmicos do Baixo Augusta escancara não apenas a covardia dos bolsonaristas, mas também o atual estado de espírito da esquerda brasileira.

Um cadeirante de 61 anos foi atingido por uma mochila e uma lata, de forma vil e covarde, sem que o agressor sofresse qualquer consequência imediata. Nem uma prisão. Nem uma resposta física à altura. Nada.

As testemunhas dessa torpeza permitiram que o bolsonarista se esgueirasse pela multidão sem receber o menor revés. Os próprios seguranças – que deveriam garantir a integridade do homenageado – se limitaram a “acalmar os ânimos”, como se fosse um mero desentendimento entre foliões.

O agressor foi identificado, e suas fotos já circulam amplamente. Fez questão de posar para a Folha com o dedo do meio em riste. O mínimo que se espera agora é que a polícia o encontre e tome as devidas providências. O mínimo é um boletim de ocorrência.

E o Carnaval seguiu, como se nada tivesse acontecido. Varreu-se tudo para debaixo do tapete em nome da “civilidade” ou da “pacificação”.

O episódio diz muito sobre o Brasil de hoje. O autor de “Ainda Estou Aqui”, com uma máscara de Fernanda Torres, é golpeado — mas, ei, não vamos estragar essa celebração tão bonita.

Vergonha.

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