MRV: 4T mostra evolução, mas ainda frustra mercado – há longo caminho a percorrer

MRV&Co

A construtora MRV (MRVE3) divulgou na véspera (24) seus resultados do quarto trimestre de 2024, que foram considerados mais fracos do que o esperado, mesmo com algumas melhorias apresentadas no período. Às 12h08, a ação da companhia subia cerca de 0,75%, cotada a R$ 5,39, confirmando as expectativas dos analistas após balanço.

Embora a MRV esteja cumprindo sua orientação para o ano de 2024, na maior parte, o Morgan Stanley espera que os resultados abaixo do esperado no 4T24 ocupem o centro das atenções e levantem várias questões sobre a qualidade dos lucros e estimativas de consenso para 2025.

O banco americano disse enxergar tendências subjacentes negativas na maioria dos principais movimentadores de ações de longo prazo da MRV: 1) as margens brutas reportadas atingiram 26,6%, indicativo de uma recuperação mais gradual do que o esperado das margens brutas, 2) prejuízo líquido ajustado atingiu R$ 154 milhões, devido às baixas contábeis contínuas associadas a projetos abortados na Resia, 3) tendências de geração de caixa que permanecem altamente dependentes da securitização de recebíveis. Isso ressalta os desafios do balanço patrimonial da MRV e um ritmo mais lento do que o previsto anteriormente de recuperação do lucro líquido.

Em essência, o Morgan avalia que o perfil de margem de lucro líquido da MRV pode ser estruturalmente comprimido por mais tempo do que o mercado espera.

Para o Itaú BBA, os resultados da MRV no 4T24 foram marcados por uma combinação de números positivos de fluxo de caixa e dívida, mas receitas e margens mornas. Do lado positivo, a alavancagem (medida como dívida líquida mais passivos de securitização) nas operações brasileiras pode estar mostrando sinais de inflexão, pois ficou quase estável no trimestre após vários trimestres de queima de caixa.

Por outro lado, na opinião do BBA, as tendências operacionais não foram tão animadoras, dado que as receitas caíram com vendas menores e menos unidades produzidas, e as margens brutas ficaram estáveis ​​devido à inflação.

Na mesma linha que BBA e Morgan, o BTG avalia que a MRV reportou resultados fracos no 4T24, ficando aquém do projetado no lucro líquido devido a perdas maiores do que as esperadas na Résia e impostos de renda mais altos relacionados à reversão de benefícios fiscais nas operações dos EUA.

Embora o valuation da MRV pareça descontado a 0,6 vezes P/VP, a recuperação da margem no Brasil está demorando mais do que o previsto (a margem bruta quase não cresceu no 4T24, já que a MRV continua registrando provisões para custos excedentes), e as perspectivas para a Résia estão se deteriorando (taxas de juros persistentemente altas nos EUA).

Apesar das tendências mostrarem alguma evolução positiva (geração de caixa e margem bruta no Brasil melhorando, redução de pessoal da Resia evoluindo e aumento da participação dos recebíveis flexíveis nos passivos de cessão de crédito), o BBI acredita que um desempenho positivo das ações ainda depende de sinais mais fortes de convergência entre as margens reportadas e as margens pendentes, que ainda mostram uma lacuna significativa. Assim, o banco vê melhora, mas um longo caminho a percorrer.

Embora a avaliação pareça atraente em termos absolutos em 0,46 vezes Preço/Valor Patrimonial, o BBI destaca que uma reclassificação pode estar pendente devido a eventos que podem reduzir a complexidade da tese de investimento.

O BBA, BBI e BTG reiteraram recomendação de compra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 10, R$ 11 e R$ 17. Já o Morgan manteve classificação neutra e preço-alvo de R$ 8.

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