9º Cortejo do Roda de Timbau homenageia percussionista cubano

Nesta sexta, dia 28/2, às 19h30, o Bloco Roda de Timbau, que leva cerca de dez mil foliões, faz seu cortejo no Barro Preto (avenida Augusto de Lima, 1.883). Este ano, o grupo fará homenagem ao percussionista cubano Santiago Reyther, morto em 2023. O bloco traz, neste carnaval de 2025, um novo arranjo inspirado no ritmo cubano “guaguancô”. “É um estilo da rumba. Vamos tocar duas músicas em que vamos homenagear o mestre Santiago Reyther”, revela Pedro Thiago, o Petê. 

A percussão da Roda conta com uma bateria de 100 ritmistas regidos por Petê. A característica é a força da percussão afro-brasileira e a energia vibrante da bateria. Também haverá corpo de baile, fazendo intervenções artísticas, com passos de rumba e salsa durante o cortejo. O desfile do Bloco Roda de Timbau é gratuito e tem duração média de quatro horas.

Ao mestre, com carinho

O percussionista Petê, que foi aluno do cubano radicado em BH desde 1995 Santiago Reyther, entende que a obra dele deve ser reverenciada. “Uma de suas maiores contribuições para a percussão em Belo Horizonte foi a introdução de conceitos inovadores, como a independência rítmica a quatro membros. Essa técnica envolvia a execução simultânea de congas, claves e bateria, ampliando significativamente as possibilidades dos percussionistas”, observa Petê.

Em BH, Santiago foi professor de músicos como André Limão, Gal du Vale, Rafael Leite, Analu, Paulinho Froes, Nara Torres e Gabriel Bruce. Santiago formou-se Escola Nacional de Arte de Cuba, idealizada por Fidel Castro e Che Guevara, e se destacou como Diretor de Coral, Especialista em Arte Musical Profissional e na formação de docentes.

Ensinamentos

No dia 28, Petê vai colocar essa lição de percussão no cortejo do Bloco Roda de Timbau. “Assim, vamos tocar as músicas ‘Cuando un Rumbero se vá’ e ‘La Gozadera’, compostas especialmente para este cortejo”, diz o regente. O músico afirma que Santiago Reyther influenciou a rítmica do bloco. “Tive o privilégio de estudar com Santiago durante sete anos, período determinante para minha formação musical. Essa convivência me permitiu absorver fundamentos da música afrolatina. Em particular, a importância das claves e os arranjos dos tambores que acompanham essas estruturas rítmicas. Esse aprendizado impactou profundamente o trabalho no bloco A Roda”, observa Petê.

Sobre o Bloco Roda de Timbau

O Bloco Roda de Timbau surgiu em 2014. A proposta é levar, para a rua, a força da percussão afro-brasileira e a energia vibrante de uma bateria que conta com 100 ritmistas. O mestre da bateria é Pedro Thiago, o Petê. No entanto, ele conta com o apoio de  Marcos Rodarte na guitarra, Felipe dos Santos no baixo, Natalia Coimbra no trombone, Mateus Petrus no trompete, Ludmilla Júlia e Hands Landim no canto.

Celebração e resistência

As principais características do Bloco Roda de Timbau são a reverência a Exú e a personalidade da bateria. “É o coração pulsante do cortejo, onde a tradição e a energia coletiva se encontram para criar um som envolvente e poderoso”, orgulha-se Petê. Assim, prossegue, é possível afirmar que a diversidade rítmica do Roda de Timbau, que se alimenta da musicalidade afro-brasileira e da conexão entre os instrumentistas, vai além da simples execução musical. É um ato de celebração e resistência.

“Nosso cortejo é  um espetáculo visceral, que incendeia os corações e os espíritos daqueles que têm a sorte de testemunhá-lo”, afirma Perê.

Serviço

Cortejo Bloco Roda de Timbau, homenagem a Santiago Reyther

Quando. Sexta, 28 de fevereiro, a partir das 19h30
Onde. Avenida Augusto de Lima, 1883. Barro Preto
Quanto. Entrada franca

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