Macron diz que vai usar arsenal nuclear francês contra “ameaça russa”

O presidente francês Emmanuel Macron em pronunciamento ao país. Reprodução

O presidente francês, Emmanuel Macron, fez um pronunciamento à nação nesta quarta-feira (5), abordando a crescente “incerteza” global após a mudança significativa na política dos Estados Unidos em relação à Ucrânia sob o governo de Donald Trump. O chefe de Estado afirmou que o mundo entrou em uma “nova era”, fez duras críticas à Rússia e destacou que a França deve se preparar caso não conte com o apoio de Washington.

Em um discurso transmitido ao vivo em rede nacional, Macron dedicou 15 minutos para destacar a instabilidade geopolítica internacional, reafirmando o compromisso da França e da Europa com a Ucrânia. O presidente recordou o início da invasão russa, há mais de três anos, e sublinhou a importância do apoio contínuo a Kiev. “Decidimos apoiar a Ucrânia e fizemos a escolha certa. Nossa segurança está em jogo”, afirmou.

O líder francês também enumerou as ações da Rússia em todo o continente europeu. “A Rússia de Putin viola nossas fronteiras, mata opositores, manipula eleições na Romênia e Moldávia, realiza ciberataques contra nossos hospitais para paralisá-los. Eles tentam manipular nossas opiniões com mentiras nas redes sociais. No fundo, [a Rússia] está testando nossos limites”, afirmou Macron.

“Essa agressividade parece não ter limites. A Rússia se arma cada vez mais. E, com isso, quem pode acreditar que eles irão parar na Ucrânia?”, questionou o presidente francês. “Diante desse mundo ameaçado, seria uma loucura ficarmos apenas assistindo”, alertou.

“A Rússia se tornou uma ameaça para a França e a Europa”, declarou. “Hoje, não podemos mais confiar na Rússia”, sentenciou.

Macron também criticou a proposta de cessar-fogo sugerida pelos Estados Unidos e reiterou a necessidade de uma postura europeia nas negociações de paz. “Devemos continuar ajudando os ucranianos a resistir. O caminho não pode passar pelo abandono da Ucrânia”, enfatizou. “O futuro da Europa não pode ser decidido em Washington”, insistiu.

“Decidi iniciar uma discussão estratégica sobre a questão da defesa dos nossos aliados no continente europeu com as nossas armas nucleares”, disse Macron em seu discurso ao país. “Mas, aconteça o que acontecer, a decisão caberá sempre ao presidente da República”.

O presidente francês ainda mencionou que se reunirá com líderes da União Europeia (UE) para discutir o rearmamento do continente. Ele destacou a reunião de amanhã (6) em Bruxelas, onde serão debatidas maneiras de aumentar a produção de equipamentos para garantir a segurança da região.

Guerra comercial com os Estados Unidos

Macron também comentou a disputa comercial com os Estados Unidos, afirmando que tentará convencer o presidente Trump a não aplicar tarifas comerciais à Europa, uma medida já adotada com o Canadá e o México. “O aumento das tarifas não ficará sem resposta”, disse o presidente francês, acrescentando que espera “convencer o presidente americano de que essa medida não é razoável”.

“Eu quero acreditar que os Estados Unidos estarão ao nosso lado. Mas, se isso não ocorrer, precisamos estar preparados”, afirmou. Macron disse que, se necessário, serão tomadas medidas econômicas drásticas, e já pediu ao seu primeiro-ministro que apresente propostas. No entanto, ele garantiu que, mesmo diante de escolhas orçamentárias, não haverá aumento de impostos.

Ao final de seu discurso, Macron reiterou que “a França continuará fiel à busca pela paz e pela liberdade”.

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