Méliuz (CASH3) salta mais de 20% após montar estratégia “diferenciada” com Bitcoin

SÃO PAULO (Reuters) -O conselho de administração do Méliuz (CASH3) aprovou a criação de uma nova estratégia de tesouraria, voltada para a aplicação de recursos e realização de investimento em bitcoin, o que fazia as ações da empresa de cashback dispararem 26%.

Nesse contexto, o colegiado da companhia aprovou a aplicação de até 10% do caixa total do Méliuz na maior moeda digital do mundo, buscando um retorno de longo prazo, bem como solicitou análise para tornar o bitcoin o principal ativo estratégico da sua tesouraria.

A companhia também aprovou a constituição de um comitê estratégico de bitcoin para apoiar a análise da viabilidade da ampliação da estratégia, a operacionalização das compras e apoio na criação de diretrizes e governança específicas e afins para tal assunto.

O Méliuz disse que comprou 45,72 bitcoins por aproximadamente US$ 4,1 milhões a um preço médio de US$ 90.296,11 cada.

De acordo com analistas do UBS BB, embora essa diversificação em bitcoin seja relativamente nova entre as empresas brasileiras, ela se alinha com uma tendência global crescente de empresas que buscam reservas alternativas de valor e retornos potenciais.

“Se bem-sucedida, a estratégia pode diferenciar o Méliuz na atração de investidores interessados ​​em exposição à criptomoeda”, afirmaram em relatório a clientes, ponderando, contudo, que pode criar mais volatilidade nos resultados da empresa.

O Méliuz afirma em seu site que começou oferecendo cashback nas maiores lojas online do Brasil, expandindo para o varejo físico, compra de créditos de celular e uso em aplicativos. Hoje, a empresa recompensa usuários até nas compras do dia a dia, via nota fiscal. Seu conjunto de serviços oferece conta digital gratuita, cartão de crédito, investimento em títulos CDB, entre outros.

Na bolsa paulista, as ações do Méliuz disparavam 26%, a 4,16 reais, neste começo de tarde, capitaneando os ganhos do Small Caps (SMLL) e ampliando a valorização acumulada neste ano para mais de 50%. No ano passado, as ações recuaram pouco mais de 18%.

O conselho da empresa também pediu análise detalhada sobre possíveis formas de geração incremental de bitcoin para os acionistas, seja por meio da alocação de caixa, do fluxo de caixa operacional ou de outras iniciativas estratégicas; e avaliação de alterações necessárias em seus documentos societários, políticas e procedimentos internos, incluindo estruturas e política de gerenciamento de riscos para fins de ampliação de limites para investimento em bitcoin.

O Méliuz estima ter definições sobre a estratégia em aproximadamente 45 a 60 dias.

“Acreditamos que essa estratégia não apenas protegerá e fortalecerá a posição financeira do Méliuz, mas também tem o potencial de nos posicionar como pioneiros em uma transformação financeira que já está em curso globalmente”, afirmou o presidente do conselho de administração e fundador da companhia, Israel Salmen, em comunicado.

“Além disso, acreditamos também que tal estratégia é complementar à operação do Méliuz, que seguirá focada em crescer, gerar caixa e valor para nossos mais de 35 milhões de usuários”, acrescentou.

O bitcoin atingiu o valor mais baixo desde novembro na semana passada, a US$78.273, em meio a dúvidas sobre a política dos Estados Unidos para o setor, mas nesta semana ensaiava uma recuperação, voltando a ser negociado acima de US$91.000. Mais cedo no ano, porém, chegou a superar US$100.000.

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