Neymar: o “príncipe” que preferiu a Sapucaí ao torcedor que se iludiu com ele

Neymar no banco de reservas durante jogo do Santos contra o Corinthians, ocorrido no domingo (9) – Foto: Marcos Ribolli

O retorno de Neymar ao Santos foi vendido como um conto de fadas. O craque revelado na Vila Belmiro voltava ao clube que o projetou para o futebol mundial. Era o “bom filho à casa torna”, o herói capaz de resgatar a grandeza santista e, de quebra, reconquistar seu lugar na Seleção Brasileira. Mas a ilusão durou pouco. Neste domingo (9), o torcedor santista teve um choque de realidade ao ver seu time eliminado do Campeonato Paulista para o Corinthians, sem Neymar em campo. O camisa 10, lesionado, preferiu aproveitar o Carnaval na Marquês de Sapucaí a focar na recuperação.

O pacto estava selado: Neymar ajudaria o Santos a voltar ao protagonismo e, em troca, o clube lhe daria a estrutura para retomar sua forma física e técnica. Mas o compromisso ficou pelo caminho. No jogo mais importante desde sua volta, o maior ídolo santista da atualidade não esteve presente – e não apenas por causa da lesão.

É inegável que Neymar sofreu um edema na coxa esquerda contra o Red Bull Bragantino, nas quartas de final. Mas em vez de dedicar-se integralmente ao tratamento para estar à disposição contra o maior rival, escolheu a folia. A imagem do jogador na Sapucaí, tirando fotos e tietando celebridades, não condiz com a de um atleta determinado a retornar ao seu auge. Sua ausência contra o Corinthians foi sintomática: Neymar nunca esteve, de fato, 100% comprometido com o campo e bola.

Neymar na Sapucaí no carnaval deste ano – Foto: Reprodução

Não se trata de criminalizar a vida social de um jogador. Mas, no contexto da volta ao Santos, o mínimo que se esperava era seriedade. Messi e Cristiano Ronaldo se tornaram lendas porque entenderam que o sucesso vem do trabalho incansável, da disciplina extrema e da renúncia a excessos. Neymar, por outro lado, sempre pareceu mais interessado no brilho dos holofotes do que na grandeza esportiva.

O marketing em torno de sua volta sofreu um golpe duro. O Príncipe foi recebido como um salvador, tratado como herdeiro de Pelé, até com mensagens geradas por inteligência artificial evocando o Rei do Futebol. Mas o torcedor santista, que acreditou na narrativa, agora percebe que Neymar não voltou para mudar sua carreira ou resgatar o Santos. Voltou porque era conveniente. Voltou porque, longe da Europa e sem mercado na elite do futebol, a Vila Belmiro era o único palco disposto a aplaudi-lo.

E, assim, a história se repete. Neymar poderia ter sido muito mais. Mas suas escolhas seguem impedindo que atinja o patamar dos imortais do futebol. Enquanto o torcedor santista lamenta mais uma decepção, Neymar segue fiel àquilo que sempre o seduziu: a festa, o brilho das câmeras e a ilusão de que o talento basta. O tempo mostrará se ainda há espaço para redenção. Mas, por ora, o que se viu foi mais um episódio do que já se tornou rotina.

Conheça as redes sociais do DCM:

⚪Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.