Bolsonaro avança na articulação por anistia e acende alerta no governo Lula

O governo do presidente Lula (PT) está em alerta com a movimentação de Jair Bolsonaro (PL) para aprovar uma lei de anistia aos envolvidos nos atos golpistas. O projeto precisa do apoio de 257 deputados para ser aprovado na Câmara, e lideranças petistas já calculam que esse número foi alcançado ou está muito próximo. Parlamentares bolsonaristas afirmam que ainda não têm garantia total da vitória, mas estão confiantes no avanço da proposta, conforme informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha.

Aliados de Bolsonaro estimam que já possuem 237 votos, restando apenas 20 para atingir o mínimo necessário. O ex-presidente tem articulado pessoalmente o apoio de partidos do Centrão, incluindo PP, PSD e União Brasil. A estratégia agora é convencer o Republicanos, partido presidido por Marcos Pereira, que ainda não declarou posição oficial sobre a medida.

Bolsonaro já teria se reunido com lideranças como Gilberto Kassab (PSD), Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (União Brasil) para fortalecer a base de apoio. Caso o Republicanos feche questão a favor da anistia, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, pode apresentar o projeto para votação nas próximas semanas, tentando acelerar sua tramitação no Congresso.

A proposta gerou forte reação no governo, que promete obstruir a votação e mobilizar sua base para barrar a aprovação. O Palácio do Planalto avalia a possibilidade de negociações individuais com parlamentares indecisos para garantir que o número mínimo de votos não seja atingido.

Nos bastidores, há preocupação sobre o impacto da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, já que a medida poderia abrir caminho para reabilitar politicamente nomes ligados às manifestações golpistas.

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