Auditoria dos EUA acusa XP Investimentos de praticar “pirâmide financeira”

Sede da XP Investimentos em São Paulo. Foto: reprodução

A casa de análises americana Grizzly Research LLC divulgou um relatório com graves acusações contra a XP Investimentos, uma das maiores instituições financeiras do Brasil.

O documento afirma que os lucros da XP dependem de um suposto “esquema de pirâmide” e que a empresa “empurra agressivamente” produtos de investimento considerados predatórios para seus clientes. A XP negou as acusações e afirmou que tomará medidas legais contra a Grizzly Research.

A consultoria, conhecida por identificar problemas em empresas para apostar na queda de suas ações, acusou a XP de operar um “Esquema Ponzi massivo”, facilitado pela venda de derivativos para clientes de varejo. “Esquema Ponzi” é um tipo de fraude financeira onde os lucros pagos a investidores antigos vêm do dinheiro investido por novos participantes, e não de um negócio real ou investimento legítimo.

O relatório aponta que os fundos Gladius e Coliseu, que operam com Certificados de Operações Estruturadas (COEs), seriam centrais nessa estrutura. “Sem o Gladius e o Coliseu, a XP não seria lucrativa”, afirma o texto.

O relatório também destaca o fundo Gladius, que teria retornado mais de 2.419% nos últimos cinco anos, com baixa volatilidade. Segundo a Grizzly, os COEs são “produtos de investimento predatórios que a XP empurra agressivamente para seus clientes de varejo brasileiros”.

A análise sugere que os fundos Gladius e Coliseu fornecem liquidez para operações com derivativos realizadas por clientes, pagando prêmios indevidos à XP ao contabilizar as entradas de caixa desses produtos como lucros.

“Essa atividade irregular pode levar a profundas consequências para a estabilidade financeira e reputação da XP”, alerta o relatório. A Grizzly argumenta que a XP estaria usando os recursos obtidos com a venda desses produtos para estruturar outras operações, em um esquema que lembraria um “Ponzi”.

Guilherme Benchimol é o CEO da XP Investimentos. Foto: reprodução

Reposta da XP

A XP reagiu às acusações com uma nota oficial, afirmando que “tomou conhecimento de informações falsas, incorretas e imprecisas divulgadas recentemente pela Grizzly Research”. A empresa destacou que cumpre todas as normas estabelecidas por órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Securities and Exchange Commission (SEC) e o Banco Central, e que suas operações são auditadas regularmente por instituições independentes.

“A companhia serão tomadas todas as medidas legais cabíveis contra a Grizzly Research”, afirmou a XP, reiterando “seu compromisso com a integridade e a confiança de seus clientes, parceiros e acionistas, e continuará a operar com os mais altos padrões de ética e transparência no mercado financeiro”.

As acusações da Grizzly Research geraram repercussão no mercado financeiro, levando a uma queda nas ações da XP após a divulgação do relatório.

A Grizzly é conhecida por publicar análises críticas sobre empresas, muitas vezes com o objetivo de lucrar com a queda no valor das ações. No entanto, as alegações contra a XP são particularmente graves, dada a relevância da instituição no cenário financeiro brasileiro.

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