Golpista, Bolsonaro diz que Trump deve intervir no Brasil para garantir “liberdade”

Bolsonaro e Trump

Durante entrevista ao Flow Podcast, na última sexta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que os brasileiros “não têm condições” para resolver os supostos problemas de liberdade no país e que seria necessário apoio externo, mais exatamente de Donald Trump.

“Então a gente precisa de sinalizações de fora do Brasil. Estão acontecendo, sim, no meu entender, com a vitória de Donald Trump nos EUA”, declarou.

Na semana passada, Bolsonaro se confessou informante dos EUA. Revelou ter encontrado em recentes acordos entre Brasil e China uma justificativa para convencer o governo de Trump, de quem se considera aliado, a intervir no país.

“Fizeram 37 acordos com a China. Estão entregando o Brasil para a China! Foram 37 acordos assinados no final do ano passado, por ocasião [da reunião dos países] do G-20 aqui no Brasil”, falou.

“Entre eles, um acordo de energia nuclear. Material que a Rússia… a China não tem, e vai ter em abundância agora. E se aplica pra muita coisa aí. Não é apenas para energia, agricultura e medicina, é [para] construção de bombas atômicas…”

O sujeito admitiu que já compartilhou essas teorias com a equipe de Trump. “Falei isso, já passei pra equipe do Trump isso aí, tá, em primeira mão, lá atrás… Eles têm uma preocupação com o Brasil, de que o Brasil se consolide como uma nova Venezuela. E nós temos que… o problema do Brasil não vai ser resolvido internamente, tem que resolver com apoio vindo de fora.”

Bolsonaro também mencionou um parecer do Ministério Público da Espanha, que negou os pedidos de prisão e extradição do golpista e picareta Oswaldo Eustáquio. O bolsonarista teve a prisão decretada em agosto de 2024 após divulgar, no perfil da filha adolescente, dados pessoais do delegado federal Fábio Alvarez Shor.

Shor é o responsável pelas investigações sobre atos antidemocráticos e pelo indiciamento de Bolsonaro no caso da venda ilegal de presentes recebidos de chefes de Estado durante seu mandato.

“Para eles, não é crime”, disse Bolsonaro, referindo-se à recusa do governo espanhol em extraditar Eustáquio.

Segundo o inelegível, as atuais restrições à liberdade de expressão no Brasil são mais graves do que as ocorridas sob o Ato Institucional nº 5 (AI-5), editado em 1968, durante a Ditadura Militar.

“Tinha censura na imprensa [na época da Ditadura Militar], não vamos negar isso aí. Mas não era essa censura toda como existe hoje”, disse.

Ignorante, o influenciador Igor Coelho, que conduzia a conversa mole, respondeu que não poderia opinar, pois não viveu aquele período.

Advertência do governo Trump ao Brasil

Em fevereiro, o governo Trump emitiu uma advertência ao Brasil, condenando o que classificou como violações da liberdade de expressão e dos princípios democráticos.

A declaração ocorreu um dia após a juíza norte-americana Mary Scriven determinar que a plataforma Rumble e a Trump Media & Technology Group não estão sujeitas às decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por não estarem sob jurisdição brasileira.

As empresas recorreram à Justiça dos Estados Unidos, alegando que as determinações de Moraes representavam uma “violação extraordinária dos princípios fundamentais de liberdade de expressão, soberania e do Estado de Direito”. Elas pediram que as decisões do ministro fossem ignoradas no território norte-americano.

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