Internet a laser? Alphabet aposta em nova tecnologia de conexão e desafia Starlink

A Alphabet, controladora do Google, anunciou o spin-off da Taara, startup de internet baseada em laser, com o objetivo de expandir a conectividade para regiões remotas e competir com a Starlink, de Elon Musk. A tecnologia da empresa permite a transmissão de dados por feixes de luz de alta velocidade, eliminando a necessidade de infraestrutura física extensa.

A Taara é fruto do Google X Moonshot, laboratório de inovação da Alphabet que já gerou projetos como a Waymo, de carros autônomos. A tecnologia foi inicialmente concebida no projeto Loon, que usava balões para levar internet a regiões afastadas, mas enfrentou desafios regulatórios e operacionais e foi encerrado em 2021.

Como funciona?

O sistema da Taara funciona disparando um feixe de luz do tamanho de um lápis entre terminais do tamanho de um semáforo. Esses feixes atingem um receptor de 1,5 polegada, permitindo a transmissão de dados a 20 Gbps em distâncias de até 20 km. Essa abordagem promete estender redes de fibra óptica com custos reduzidos e sem a necessidade de obras complexas.

Diferentemente da Starlink, que opera uma rede de satélites e vende conexões diretas para consumidores, a Taara adota um modelo de parceria com grandes operadoras de telecomunicações, como Bharti Airtel e T-Mobile. Isso permite a ampliação da cobertura em locais de difícil acesso e a suplementação de redes congestionadas em áreas urbanas densas.

Expansão global

A startup já está presente em 12 países, incluindo a Índia e partes da África. Um de seus projetos mais ambiciosos conecta Brazzaville e Kinshasa, na República Democrática do Congo, reduzindo os custos de internet na região. Além disso, a tecnologia foi utilizada para reforçar redes móveis durante grandes eventos como o festival Coachella, nos EUA. Ainda não há previsão para operação no Brasil.

A Alphabet manterá uma participação minoritária na Taara, que recebeu investimentos da Series X Capital. A startup está em fase de crescimento e busca novas contratações para acelerar sua expansão. Um dos objetivos futuros da empresa é desenvolver um chip fotônico de silício para reduzir a necessidade de lentes e espelhos em seus terminais, permitindo múltiplas conexões simultâneas e a criação de redes LiFi (internet via luz) em escritórios e ambientes urbanos.

Eric “Astro” Teller, diretor do Google X Moonshot, acredita que a Taara tem vantagens competitivas significativas sobre a Starlink. Enquanto os satélites da SpaceX usam sinais de rádio, que podem sofrer congestionamento em áreas com muitos usuários, os feixes de laser da Taara não enfrentam esse problema e podem ser instalados rapidamente em postes, prédios e árvores.

Além disso, a tecnologia não exige licitações para aquisição de espectro de radiofrequência e pode ser escalada sem a necessidade de lançamentos espaciais. “Se você pode ser a primeira empresa a mover dados via luz, quando o mundo todo migrar para esse espectro, a Taara estará em uma posição privilegiada”, afirmou Teller.

O engenheiro Mahesh Krishnaswamy, gerente-geral da Taara, reforça que há espaço para mais de um modelo de conectividade no mercado. “Ainda existem 3 bilhões de pessoas sem internet. Há muito espaço para a Starlink e para nós”, afirmou.

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