Mercado vê economia na direção errada e maioria espera recessão, aponta Quaest

Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto

A percepção do mercado financeiro sobre a economia brasileira segue pessimista, de acordo com a mais recente pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (19). Segundo o levantamento, 93% dos agentes financeiros entrevistados acreditam que a política econômica do país está na direção errada. Além disso, a avaliação negativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disparou para 58%, ante 24% registrados na última edição da pesquisa, realizada em dezembro de 2024.

A pesquisa aponta ainda que 83% dos entrevistados esperam uma piora na economia nos próximos 12 meses. Apenas 4% acreditam em melhora, enquanto 13% dizem que o cenário deve permanecer igual.

O levantamento foi realizado entre os dias 12 e 17 de março com 106 fundos de investimentos localizados em São Paulo e Rio de Janeiro. Os entrevistados incluem gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro. A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Risco de recessão e alta da inflação preocupam

A pesquisa também revelou que 58% dos gestores e economistas consultados consideram que o Brasil corre o risco de entrar em recessão. Além disso, 82% esperam que a inflação encerre 2025 em um patamar superior ao de 2024, enquanto 16% acreditam que ficará estável e apenas 2% preveem uma queda no índice de preços.

Em relação à política monetária, a maioria dos agentes financeiros (87%) aposta que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará a taxa Selic em 1 ponto percentual na próxima reunião. Outros 5% preveem um ajuste menor, de 0,5 ponto, enquanto apenas 2% acreditam na manutenção dos juros no atual patamar de 13,25% ao ano.

Lula e Haddad no foco das críticas

A avaliação negativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue elevada entre os agentes do mercado, com 88% considerando seu governo ruim ou péssimo. Entre os fatores que contribuíram para essa percepção, os mais citados foram o aumento dos preços dos alimentos (64%), os equívocos na condução da política econômica (56%) e o aumento da carga tributária (41%).

Haddad, que até o fim de 2024 ainda contava com certo respaldo do mercado, viu sua aprovação despencar. Agora, apenas 10% dos entrevistados avaliam sua atuação de forma positiva, contra 41% na última pesquisa. Para 85% dos agentes financeiros, a influência do ministro dentro do governo Lula diminuiu nos últimos meses.

Já o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi o único a receber uma avaliação relativamente favorável. Para 45% dos entrevistados, sua atuação tem sido positiva, enquanto 41% consideram sua gestão regular e 8% a classificam como negativa.

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