Azzas: Birman e Jatahy negam cisão, mas JPMorgan vê que “ruídos” devem continuar

Anacapri

Após rumores de uma possível ruptura entre seus acionistas de referência, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, pouco mais de 8 meses após a fusão entre Arezzo e Soma, a Azzas 2154 (AZZA3) negou qualquer discussão em andamento nesse sentido. Como reação, às 12h35 (horário de Brasília), o papel da companhia subia 1,87%, aos R$ 23,43.

A companhia também informou que há diálogos constantes sobre a governança da empresa e que essas conversas poderiam eventualmente levar a ajustes no acordo de acionistas, mas enfatizando que “nenhuma transação foi firmada entre eles”.

O JPMorgan acredita que pode haver grandes desentendimentos entre os dois acionistas de referência, ao correlacionar as reportagens da imprensa — que mencionaram assessores financeiros e jurídicos para ambas as partes envolvidas nas negociações — com o comunicado oficial da empresa.

Além disso, segundo JPMorgan, o termo “no momento” usado no comunicado não descarta uma possível cisão ou a aquisição da participação de um pelo outro, sendo mais provável que o Birman seja o comprador.

“No momento, não há qualquer discussão em andamento sobre compra de participação ou sobre cisão ou segregação de negócios da Companhia”, destaca o documento arquivo na noite de ontem na CVM.

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Nesse contexto, o banco americano avalia que o ajuste no acordo de acionistas aparece como a solução mais provável.

Os analistas acreditam que uma possível mudança estaria relacionada à linha de reporte de Jatahy, que, na visão do banco, passaria a se reportar apenas ao conselho e não mais à Alexandre Birman, além do conselho, como ocorre atualmente. No entanto, o JPMorgan considera que, se essa for a solução adotada, não se trata de uma alternativa de longo prazo.

Embora a mudança possa reduzir a fricção entre dois líderes fortes que possuem culturas corporativas distintas — um risco já apontado na época da fusão —, a presença de “dois CEOs” em uma única empresa tem se mostrado problemática em outros casos de fusão, pois tende a criar um ambiente operacional confuso e prejudicar a implementação de um plano de sinergias mais amplo.

Ainda assim, essa pode ser uma solução temporária para apoiar um processo de transição suave, com a possível saída gradual de Jatahy, já que o banco não vê Birman como um candidato provável a abrir mão de sua posição.

Além disso, o “Grupo Arezzo” é maior e mais concentrado que o “Grupo Soma” dentro do acordo de acionistas, o que coloca Jatahy em uma posição mais fraca para negociar mudanças no acordo caso haja fissuras no seu lado do “Grupo Soma”.

Diante disso, o JPMorgan espera que o nível de ruído em torno da governança da empresa deva permanecer elevado no curto prazo. Ainda assim, acredita que, sendo negociada a 7 vezes o lucro estimado para 2025, a avaliação da empresa parece excessivamente descontada, considerando seu potencial de lucros normalizados. O banco manteve recomendação de recomendação de compra para Azzas e preço-alvo de R$ 41.

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