Jean Wyllys rejeita comparação de seu caso com o de Eduardo Bolsonaro

O ex-deputado Jean Wyllys, que deixou o Brasil após receber uma série de ameaças da extrema-direita. Foto: reprodução

O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) usou suas redes sociais para rejeitar qualquer comparação de sua saída do Brasil à fuga do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que anunciou na terça-feira (18) que permanecerá nos Estados Unidos, pedindo licença de seu cargo na Câmara.

Em janeiro de 2019, logo após assumir um novo mandato, Wyllys optou por abdicar do cargo e deixar o país devido ao grande número de ameaças de bolsonaristas contra ele na época. Naquele período, Jair Bolsonaro (PL) acabara de ser eleito presidente do Brasil como resultado da ascensão da extrema-direita e, meses antes, a vereadora do PSOL Marielle Franco havia sido assassinada.

O ex-parlamentar também recusou as comparações aos argumentos usados pelo “filho 03” do ex-presidente. Enquanto Jean teve um autoexílio recomendado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), um órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), Eduardo fugiu do Brasil alegando ser vítima de uma suposta “ditadura” do judiciário.

“Não tem termo de comparação. Eu não devia nada à Justiça. Meu exílio foi uma recomendação da CIDH da OEA devido às documentadas ameaças de morte que eu recebia dos fascistas que venceram as eleições de 2018. Havia um plano para me matar. Esse canalha se licenciou para conspirar contra o STF”, escreveu em publicação no X.

A comparação errônea partiu da Folha de S.Paulo, que publicou uma matéria intitulada “Eduardo Bolsonaro repete argumentos de Jean Wyllys após clã ter ironizado ex-deputado”. No texto, assinado por Juliana Arrreguy, o veículo afirma que o discurso de “regime de exceção” é semelhante ao de Wyllys em 2019.

Na publicação de Jean, ele lembrou que não havia contra ele nenhum processo na Justiça, enquanto Eduardo Bolsonaro é alvo de ação pelo crime de lesa pátria.

O Partido dos Trabalhadores, autor do processo, considera que o “03” leva informações do Brasil aos Estados Unidos e trama, ao lado de membros do governo Trump, ações contra o próprio país, como embargos, guerra tarifária e ações diretas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na matéria, a Folha escreveu que Eduardo está nos EUA para convencer autoridades estadunidenses a aplicarem sanções contra Moraes, mas colocou a ofensiva em pé de igualdade com a dedicação de Jean em denunciar os atos autoritários de Bolsonaro na presidência do Brasil.

“Assim como Wyllys se dedicou a denunciar o governo Bolsonaro enquanto esteve fora do país, o deputado do PL tenta convencer autoridades americanas a aplicarem sanções contra Moraes, que é relator da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a trama golpista de 2022”, diz a Folha.

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