Para mercado, problema 1, 2 e 3 do Brasil é fiscal, diz economista do Goldman Sachs

Para o economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos, o principal problema que o Brasil enfrenta é a política fiscal. “Por uma perspectiva de mercado, problema 1, 2 e 3 do Brasil é fiscal”, afirma.

O economista participa do evento Brazil: Macroeconomic Stability, Climate Change and Social Progress conta também com a presença de Caio Megale, economista chefe da XP, Carlos Viana de Carvalho (Kapitalo Investimentos and PUC-Rio) e Marcos V. Chiliatto Leite, do Banco Mundial e foi organizado pelo Private Bank da XP e o departamento de economia da Universidade de Miami -Miami Herbert Business School.

“Países com maior dívida, como o Brasil, tendem a crescer menos em média e ter maior volatilidade na macroeconomia”, diz Ramos, citando um estudo realizado pelo banco estrangeiro. “Quanto mais você gasta, menos você cresce”, sustenta. “Você basicamente perde a política fiscal como ferramenta de manejo para o governo”.

“Nós realmente precisamos mudar o curso da política fiscal”, concorda Carlos Viana de Carvalho, da Kapitalo Investimentos. “É difícil visualizar um caminho para macroeconomia que favoreça a todos sem mexer na dinâmica de dívida”. Em sua visão, para o Banco Central é desafiador conter a inflação se há uma política fiscal em uma trajetória insustentável.

Há duas vias que importam nesse assunto, segundo Carvalho. A primeira pode ser vista como a via cíclica, considerando o crescimento de gastos que o governo tem apresentado e que tem contribuído para o crescimento da economia e a queda do desemprego. Mas, por outro lado, há algumas questões estruturais que devem ser observadas em relação ao juros.

Dentre os pontos, está a perda de credibilidade do Banco Central com a subida de juros presente desde dezembro de 2024. Esse seria um dos maiores desafios enfrentados pela autarquia, em especial considerando a visão do mercado sobre se seria feito pelo BC o necessário para que a inflação chegasse ao alvo. Além disso, Carvalho sustenta que o impacto da política fiscal é parte relevante da busca por juros que estabilizem dívida líquida/PIB.

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