
Elon Musk fez apelos diretos ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que recuasse da decisão de impor tarifas amplas sobre importações, mas não teve sucesso, informou o Washington Post na noite de segunda-feira (7). A tentativa ocorreu nos bastidores, enquanto Musk também criticava publicamente a medida nas redes sociais.
De acordo com o jornal, duas fontes próximas às negociações confirmaram que Musk buscou contato direto com Trump, após ataques a um dos principais conselheiros da Casa Branca responsável pela política tarifária. Mesmo assim, o presidente anunciou novas tarifas de 50% sobre produtos da China, além dos 34% já divulgados na semana anterior.
A postura marca um dos maiores rompimentos entre Trump e um de seus aliados mais influentes. Musk doou cerca de US$ 290 milhões para campanhas republicanas em 2024 e atualmente atua como conselheiro do governo no programa DOGE. Apesar do apoio, ele já havia discordado da gestão em temas como vistos para imigrantes qualificados e gastos públicos.

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Em entrevista no fim de semana, Musk afirmou que defende um acordo de livre comércio entre Europa e EUA, com “tarifa zero” e liberdade de circulação para trabalhadores. “Essa tem sido minha orientação ao presidente”, disse.
Segundo o Washington Post, empresários e figuras próximas a Musk tentaram influenciar o governo, incluindo o vice-presidente JD Vance. Um grupo informal de líderes do setor se mobilizou para conter os impactos das tarifas, consideradas prejudiciais à indústria americana.
As tensões ocorrem em meio à pressão por resultados da Tesla, que já perdeu 38% do valor de mercado em 2025. Nesta segunda-feira (7), as ações da Tesla caíram mais de 2,5%, encerrando o dia cotadas a US$ 233,29.
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