A Casa Branca confirmou nesta terça-feira (8) que os Estados Unidos aplicarão tarifas de 104% sobre produtos importados da China a partir da meia-noite. A medida foi anunciada pela secretária de imprensa Karoline Leavitt durante coletiva transmitida pelas redes sociais oficiais do governo americano.
A elevação tarifária representa um novo capítulo da guerra comercial entre Washington e Pequim, acirrada após a retaliação chinesa às medidas anteriores de Donald Trump. Na entrevista, Leavitt respondeu a um jornalista sobre a decisão presidencial:
“Elas [as novas taxas] entrarão em vigor à meia-noite de hoje. Então, efetivamente amanhã”, afirmou.
A secretária também criticou duramente a postura do governo chinês, acusando-o de não colaborar para uma solução diplomática:
“Países como a China, que escolhem retaliar e tentam redobrar os maus-tratos aos trabalhadores americanos, estão cometendo um erro. O presidente Trump tem uma espinha dorsal de aço e não vai quebrar. A América não vai quebrar sob sua liderança”, declarou.
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China reage com tarifas, restrições e promessa de resistência
Na segunda-feira (7), Trump havia ameaçado elevar ainda mais as tarifas, caso a China não recuasse da decisão de aumentar os impostos sobre produtos americanos em 34%. A resposta de Pequim foi imediata: além de igualar a taxa de 34%, o governo chinês impôs restrições à exportação de minerais raros e proibiu negociações com 16 empresas dos EUA.
O embate comercial já se intensificava desde março, quando os EUA impuseram tarifas iniciais de 20%, seguidas por uma rodada adicional de 34% em abril. Com o novo pacote de 50% anunciado nesta terça, o total da taxação sobre produtos chineses chega a 104%.
Em editorial publicado no domingo (6), o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCCh), afirmou que a China está pronta para enfrentar a escalada:
“Devemos transformar pressão em motivação e encarar a resposta ao impacto dos EUA como uma oportunidade estratégica para acelerar a construção de um novo padrão de desenvolvimento.”
As tensões entre as duas maiores economias do mundo aumentam, e especialistas temem consequências diretas para o comércio global, cadeias produtivas e estabilidade econômica mundial.
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