Sindicato reage após chilique de Bolsonaro e exposição de servidora em vídeo

Jair Bolsonaro (PL) grita na UTI durante intimação feita por oficial de justiça. Foto: Reprodução

O Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais (SINDOJAF) e a Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil (UniOficiais/BR) emitiram uma nota de repúdio e anunciaram que tomarão as medidas cabíveis em razão da gravação não autorizada da oficial de justiça que intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro na UTI do hospital DF Star, onde ele está internado.

“Repudiamos de forma veemente a filmagem indevida e não autorizada e a divulgação sensacionalista e não consentida da atuação da Oficiala de Justiça, conduta que não apenas viola sua intimidade e honra funcional, como também busca distorcer os fatos e comprometer sua imagem perante a sociedade”, afirma a nota.

A nota acrescenta que, embora seja compreensível que decisões judiciais possam causar desconforto às partes envolvidas, “a manifestação de inconformidade deve ocorrer por meio dos instrumentos legais e não através de práticas que atentam contra a dignidade dos agentes públicos no cumprimento de seu dever”. As entidades, portanto, afirmam que tomarão as medidas necessárias para responsabilizar os envolvidos.

“O SINDOJAF e a UniOficiais/BR prestarão todo o apoio necessário à Oficiala envolvida e adotarão as medidas cabíveis para responsabilização de atos que visem constranger ou intimidar Oficiais de Justiça no exercício de sua função pública”, conclui o comunicado.

O vídeo

O chilique de Bolsonaro foi gravado por pessoas próximas e compartilhado nas redes sociais do ex-presidente na tarde de quarta-feira (23).

A gravação mostra a oficiala entregando a intimação expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e dando um prazo para que a defesa de Bolsonaro se manifeste sobre o processo que o tornou réu na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.

Durante o cumprimento da intimação, Bolsonaro questionou a presença da oficiala, alegando que o processo estava em sigilo. “A senhora tem ciência que está dentro de uma sala de UTI, dentro de um hospital?”, disse o ex-presidente.

A servidora explicou que já havia conversado com os advogados de Bolsonaro e que sua função era apenas entregar o documento. Em seguida, ele perguntou: “A senhora foi mandada por quem? Quem é a pessoa do STF que mandou a senhora para cá?”

Visivelmente constrangida, a oficiala confirmou que foi enviada pelo STF. “Então o ministro Alexandre de Moraes deu a missão para a senhora vir ao hospital e tomar minha assinatura?”, questionou Bolsonaro.

O ex-presidente, visivelmente alterado, passou a gritar descontroladamente, sendo avisado de que sua pressão arterial estava subindo, já que ele estava com vários aparelhos de monitoramento no corpo.

A intimação, que deveria ter sido entregue no dia 11 de abril, só foi cumprida em 23 de abril, devido ao mal-estar de Bolsonaro, que exigiu atendimento médico emergencial.

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