
O cardeal brasileiro dom Jaime Spengler afirmou que o novo papa deve ter sensibilidade para “colher os sinais dos tempos”, independente de sua origem. Com informações da Folha.
Arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime destacou a necessidade de um líder atento às transformações sociais e religiosas. Ele participará do conclave que definirá o sucessor de Francisco, que morreu na última segunda-feira (21).
Segundo dom Jaime, o pontificado de Francisco foi marcado pela simplicidade, abertura ao diálogo e coragem em tratar temas sensíveis. Ele evitou rótulos como “progressista” ou “conservador” e afirmou que cada papa traz consigo a marca de sua origem cultural. Para ele, a escolha deve ser guiada pelo espírito de Deus, não por critérios ideológicos ou regionais.
O cardeal também comentou a crise democrática global. “Vivemos uma época na qual se pode dizer que experimentamos uma crise das democracias”, declarou. Ele citou ainda a “sociedade do medo”, que alimenta tensões e fragiliza as instituições.
Dom Jaime lembrou que Francisco promoveu um Sínodo para a Amazônia e lançou a encíclica Laudato Si, reforçando o compromisso com a proteção ambiental. O cardeal também destacou o acolhimento dado pelo papa à comunidade LGBTQIA+, pedindo que a Igreja trate todos com respeito, como ensinado pelo Evangelho.
Em relação aos casos de abuso sexual, dom Jaime foi direto: as denúncias precisam ser tratadas com “rigor, justiça e misericórdia”. Para ele, a Igreja deve reconhecer as fragilidades humanas de seus membros e enfrentar os erros de forma transparente. “São situações que causam constrangimento, se não vergonha”, afirmou.

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