
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou nesta quinta-feira (24) que os efeitos do novo programa de crédito consignado para trabalhadores do setor privado ainda não foram incorporados às projeções oficiais de crescimento do PIB. A declaração foi feita durante evento promovido pela XP em Washington, à margem da reunião do FMI.
“Há muita incerteza sobre o timing e a magnitude da medida”, disse Guillen. Segundo ele, a autoridade monetária acompanha os dados em tempo real, mas ainda é difícil isolar o impacto direto do programa, dado que já existe uma oferta consolidada de consignado no país.
A expectativa atual do BC é de uma redução do crescimento de 3,4% para 1,9% entre 2023 e 2024, conforme cenário-base do último Relatório de Inflação.
Guillen mencionou estudos de caso realizados com dados de 2021, que sugerem que programas semelhantes resultaram em aumento de crédito. No entanto, destacou que ainda é cedo para afirmar se o novo consignado terá efeito semelhante.
A sinalização ocorre em meio a dúvidas internas no próprio Banco Central sobre a concretude da esperada desaceleração da atividade econômica. Em sua avaliação mais ampla apresentada no mesmo evento, Guillen afirmou que os sinais de moderação do crescimento ainda são incipientes e heterogêneos entre setores.
Em relatório divulgado na semana passada, a XP disse que avaliava que o novo consignado privado poderá adicionar até 0,6 ponto percentual ao PIB anualizado, com impacto estimado de R$ 70 bilhões.
Nesta semana, o governo federal divulgou que já concedeu mais de R$ 7 bilhões em empréstimos a trabalhadores de carteira assinada por meio do programa. A partir desta sexta-feira (25), o consignado CLT estará disponível por meio dos canais digitais dos bancos credenciados.
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