
Após despencarem cerca de 25% na véspera, as ações da companhia aérea Azul (AZUL4) voltaram a registrar forte queda nesta sexta-feira (25), pressionadas pela captação de recursos abaixo do esperado na emissão de novas ações. Às 12h50 (horário de Brasília), o papel preferencial da Azul caía 11,02%, a R$ 2,10.
A XP Investimentos avalia que, diante da baixa demanda dos acionistas existentes, a captação de novos recursos ficou abaixo do esperado, o que deve resultar em uma redução modesta da alavancagem — de apenas 0,4 vez na relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações).
Por outro lado, segundo XP, a diluição total atingiu aproximadamente 61% (incluindo os bônus de subscrição), combinando: (i) emissão dos arrendadores; (ii) equitização de 35% dos títulos de 2029/30; e (iii) aumento de capital privado.
Além disso, como a nova oferta de capital não atingiu US$ 200 milhões, os 12,5% restantes dos títulos de 2029/30 não serão convertidos em ações.
Na visão da Genial Investimentos, apesar da importância do anúncio como parte final da renegociação da dívida, o resultado ficou aquém das expectativas, principalmente na entrada de capital novo. “Com a maior parte dos recursos vinda da equitização dos títulos 2029/30, a companhia ainda não captou os cerca de US$ 200 milhões adicionais estimados para reforçar liquidez e garantir a equitização total dos bonds. Isso levanta dúvidas sobre a execução da etapa final da reestruturação”, avalia a casa.
Já o BBI avalia que a ausência de um investidor estratégico disposto a subscrever ações e injetar capital na companhia, somada à entrada de cerca de 400 milhões de ações sem restrição de negociação (provenientes da conversão de dívida em capital), intensifica a pressão vendedora (overhang) sobre os papéis da aérea.
O banco destaca ainda que as taxas de aluguel de AZUL4, que já vinham pressionadas, dispararam na sessão de ontem, refletindo os desdobramentos do aumento de capital que passa a valer hoje.
Com relação ao codeshare com a Gol (GOLL4), o BBI disse não esperar que a questão do acordo afete a decisão do Cade sobre a potencial combinação de negócios entre as duas companhias. O banco espera que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprove o acordo, mas com fatores atenuantes, especialmente relacionados aos slots no Aeroporto de Congonhas.
O BBI disse manter preferência pela Azul entre as duas companhias, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 5, em relação à Gol, com classificação de venda e preço-alvo de R$ 0,50.
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