
Internado desde 13 de abril no Hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue sem previsão de alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), conforme o último boletim médico divulgado nesta sexta-feira (25).
O réu por tentativa de golpe, que passou por uma cirurgia de alta complexidade no abdômen no dia 13 de abril, ainda depende de uma sonda gástrica devido à lentidão na recuperação intestinal.
O quadro clínico de Bolsonaro é considerado delicado porque seu intestino não retomou completamente suas funções após o procedimento.
Segundo o jornal O Globo, fontes do hospital confirmaram que ele apresenta um quadro de “íleo paralítico ou hipomotilidade intestinal”, condição em que os movimentos naturais do órgão estão reduzidos ou paralisados. Por isso, foi necessária a implantação de um dreno abdominal para auxiliar na eliminação de líquidos e resíduos.
Em cirurgias extensas do trato gastrointestinal, como a realizada pelo ex-presidente, a recuperação total da motilidade intestinal costuma ocorrer entre cinco e sete dias. Agora, após doze dias, Bolsonaro ainda enfrenta complicações, incluindo distúrbios hidroeletrolíticos, sobrecarga hepática e alterações na pressão arterial, conforme descrito no relatório médico.

Tomografia confirma lentidão intestinal
Uma tomografia realizada na quinta-feira (24) confirmou o diagnóstico de lentidão no trânsito intestinal, reforçando a necessidade de cuidados contínuos. Entre as possíveis causas estão edema (inchaço por acúmulo de líquidos), inflamações locais e a formação de aderências, tecidos cicatriciais que podem se formar após cirurgias abdominais complexas.
Apesar das dificuldades, os exames mais recentes mostraram evolução dentro do esperado, descartando complicações mais graves. O boletim médico, assinado por seis especialistas, incluindo o cirurgião-chefe Cláudio Birolini, destacou que Bolsonaro permanece em jejum oral, recebendo nutrição por via intravenosa. A equipe também mantém sessões diárias de fisioterapia e medidas preventivas contra trombose.
Sem visitas
A internação prolongada do ex-presidente tem chamado atenção não apenas pelo aspecto médico, mas também pelas implicações políticas. Na quinta-feira, o boletim médico registrou uma “piora clínica”, um dia após Bolsonaro receber a visita de uma oficial de Justiça, enviada pelo STF para citá-lo como réu no processo sobre os eventos de 8 de janeiro.
Apesar das recomendações médicas para restringir visitas, o ex-presidente também recebeu nesta semana o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o pastor Silas Malafaia.
Além disso, na terça-feira (22), ele participou de uma transmissão ao vivo ao lado de seus filhos, ainda conectado a equipamentos médicos, episódio que gerou críticas sobre a adequação das atividades durante a recuperação.
Veja o boletim divulgado nesta sexta-feira
O Hospital DF Star informa que o ex-Presidente Jair Bolsonaro permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em acompanhamento pós-operatório.
Apresenta-se estável clinicamente e sem novos picos de elevação da pressão arterial. Foram tomadas medidas para controle das alterações dos exames laboratoriais do fígado.
Ontem, foi submetido a tomografias de tórax e abdômen, que foram compatíveis com uma evolução normal do pós-operatório, descartando complicações ou necessidade de novos procedimentos. Continua em jejum oral e com pausa temporária da nutrição parenteral.
Segue com a fisioterapia motora e as medidas de prevenção de trombose venosa. Persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI.
Conheça as redes sociais do DCM:
Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line