Não esperem refresco; escândalo do INSS é explosivo. Por Marco Piva

Operação da PF contra fraudes no INSS
Imagem: Divulgação/PF

Por Marco Piva

A bomba do INSS será de longa duração onde fatos e versões vão concorrer pela supremacia da narrativa. Não contemos com a imprensa comercial, nesse momento dedicada a apontar o dedo para quem estava à frente do órgão. E convenhamos: uma acusação aparentemente plausível já que a cúpula do INSS nada fez para conter a sangria. Incompetência, omissão ou cumplicidade? Não sabemos.

De quebra, entra Frei Chico, personagem importante para atacar Lula, seu irmão. Aliás, Frei Chico precisa urgentemente de um media training. Não se responde a uma acusação com outra acusação e palavras dignas de “briga de boteco”. Isso só piora o quadro.

Não esperem trégua. O componente político será explosivo por etapas, aos poucos, e emocionalmente pega num ponto-chave para a população: roubar de velhinhos é coisa muito feia, indefensável. Estamos diante de um possível “mensalão do Lula 3”.

Detalhe: em operações semelhantes e de grande vulto, a PF informa primeiro o ministro da Justiça. Dessa vez, informou diretamente o presidente da República tal a gravidade do escândalo.

Frei Chico, irmão de Lula, dirige sindicato investigado pela PF. Foto: reprodução

A pergunta que fica é: os dirigentes do INSS, mesmo alertados do que estava acontecendo pelo TCU e a CGU, por que nada fizeram?

Uma explicação plausível é o forte vínculo do PDT com a base dos aposentados. Se investigarem mais a fundo, saberemos quem são essas entidades e quem as criou. Mais um problema para resolver com a base do governo que já não anda lá essas coisas, principalmente porque o próprio congresso (com apoio de parlamentares do PT, registre-se) abriu as portas ainda mais para o esquema ao suspender exigências de credibilidade às entidades beneficiadas.

Sou aposentado. De saída, venho do mundo analógico e, por conta da minha profissão, tento superar dificuldades cognitivas para entender o mundo digital em constante evolução. Imaginem milhões e milhões de aposentados que olham para um celular como quem olha para um ET.

Se fosse governo, iniciaria uma contraofensiva afirmando a legitimidade e transparência das investigações e lançando um amplo programa de informação dirigido aos aposentados para que saibam e conheçam os seus direitos. Claro que isso tem um efeito colateral: vai aumentar o número de pedidos de aposentadoria, pressionando ainda mais o orçamento federal. Mas, fazer o quê? Direitos são direitos e sempre lutamos por eles.

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