
SÃO PAULO (Reuters) – O Banco Central apontou nesta terça-feira que as instituições financeiras indicaram mais cautela no apetite ao risco em 2025, em um ambiente em que riscos fiscais ganharam mais relevância e de percepção de piora no ciclo econômico e financeiro.
O BC ainda considerou em seu Relatório de Estabilidade Financeira que não há risco relevante para a estabilidade financeira.
“O SFN (Sistema Financeiro Nacional) permanece com capitalização e liquidez confortáveis e provisões adequadas ao nível de perdas esperadas. Além disso, os testes de estresse de capital e de liquidez demonstram a robustez do sistema bancário”, afirmou.

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Segundo o relatório, a confiança na estabilidade do Sistema Financeiro Nacional permanece elevada, e o financiamento à economia real continuou a acelerar no segundo semestre de 2024.
Segundo o relatório, mesmo diante do início do ciclo de aperto monetário em setembro do ano passado, o crédito às famílias persistiu acelerando em modalidades de maior risco e para tomadores com menor renda. Em relação às empresas, os critérios de contratação não se alteraram de forma significativa, apontou o BC.
“A Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC), contudo, indica IFs com menor tolerância ao risco em 2025. Com efeito, os riscos relacionados à situação financeira de famílias e empresas continuam demandando a preservação da qualidade das concessões”, ressaltou o documento.
O relatório ressaltou que os riscos fiscais aparecem como o mais importante, reflexo principalmente de preocupações com a sustentabilidade da dívida pública.
Segundo o BC, as instituições pesquisadas demonstraram também preocupação com a possibilidade de desaceleração acentuada da economia e de aumento da inadimplência, em um cenário de elevado endividamento de famílias e empresas.
O relatório ressaltou que, apesar do dinamismo da economia doméstica, a capacidade de pagamento de famílias e empresas segue desafiadora, citando que o comprometimento de renda das famílias é historicamente alto e em ascensão.
RISCOS CLIMÁTICOS
As instituições financeiras destacaram ainda, segundo o relatório, que riscos climáticos se materializaram com mais força em 2024 do que no ano anterior, mas o impacto foi considerado baixo.
“No entanto, permanece a avaliação de que seca é o evento climático mais relevante em termos de impacto esperado nos ativos das IFs no longo prazo”, disse o BC.
“As maiores exposições do SFN ao risco climático físico estão relacionadas a eventos de secas, aos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Pampa, e ao macrossetor de bens de consumo básico, no qual incluem-se a agricultura e a pecuária”, completou.
Em relação à política monetária, o BC estimou que o atual ciclo de aumento da taxa de juros, atualmente em 14,25% e com expectativa de nova alta na próxima semana, terá forte impacto para as empresas não financeiras, porém mais moderado que durante a recessão de 2015-2016.
O BC estimou o Índice de Cobertura de Juros (ICJ) e o Retorno sobre o Patrimônio das empresas de capital aberto no horizonte de um ano, a partir dos dados disponíveis em setembro de 2024, de acordo com o relatório.
“A capacidade de pagamento das empresas cairá expressivamente. Contudo, a situação das empresas com ICJ menor que 1 seria melhor do que a verificada durante a recessão e a pandemia de Covid-19. A rentabilidade, por sua vez, cairá para um nível menor do que o verificado na pandemia, porém maior do que o observado em 2015-2016”, explicou.
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