
A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou relatório de produção e vendas do 1T25 na noite da última terça-feira (29) sem grandes surpresas, mas com algumas sinalizações sobre o balanço financeiro da companhia, a ser divulgado no dia 12 de maio. Na base anual, a produção ficou quase estável.
A companhia divulgou um aumento de +5,4% na base trimestral na produção média de óleo, LGN e gás natural, chegando em 2,77 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).
Já as vendas foram inferiores na base trimestral, dada a sazonalidade da demanda no início do ano, mas cresceram 2,9% na base anual. No lado da produção, inicialmente, os maiores destaques vieram principalmente do (i) pós-sal profundo e (ii) ultra profundo (+10,5% trimestre a trimestre) e pré-sal (+5,3% ante o 4T24).
No segmento do pré-sal, essa maior produção está atrelada à entrada do FPSO (plataforma) Marechal Duque de Caxias no campo de Mero e início de produção de 7 novos poços (5 na Bacia de Santos e 2 na Bacia de Campos). O pós-sal foi impulsionado por (i) menor volume de perdas por paradas para manutenções e (ii) entrada de 4 novos poços na Bacia de Campos. A produção de derivados no segmento de Refino foi menor em -6,2% por uma parada geral planejada da RNEST, no início do ano.
Na visão da Genial Investimentos, os dados são neutros para o case. A base mais fraca do 4T24, influenciada por paradas de manutenções, torna a análise tri a tri menos justa, considerando o patamar normalizado de operação atual da companhia. Dessa forma, o segmento de Exploração e Produção (E&P) ficou em linha na visão ano contra ano (comparativamente com o 1T24).
“Portanto, o dado já dá um sinal mais claro de que podemos esperar um resultado consolidado menos poluído no 1T25. No segmento de Refino, utilizando a base de 1T24, também é possível notar uma eficiência em linha com o esperado, superado o revamp da RNEST”, avalia a Genial.
O Bradesco BBI aponta que a produção ficou em linha com as suas estimativas e retornou ao nível de 2,2 mil barris por dia (bpd) apresentado no mesmo período do ano passado, devido à menor concentração de paradas para manutenção de FPSOs no período, bem como à forte execução do plano estratégico da empresa.
Em termos de resultados, espera um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 10,5 a US$ 11 bilhões. O mercado monitorará de perto os níveis de investimento da empresa no 1T25, com a expectativa de que apresente alguma queda em relação aos US$ 4,4 bilhões do 4T24, contribuindo para a recuperação dos dividendos trimestrais para mais de US$ 2 bilhões. A estimativa do banco é de US$ 2,4 bilhões.
O Goldman Sachs ressalta que a divulgação dos dados de produção não é uma surpresa completa para os investidores, visto que a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) divulga dados de produção mensalmente. Sobre o balanço financeiro a ser apresentado no próximo dia 12, o banco americano está ligeiramente acima do consenso da Bloomberg para o nível de Ebitda para o trimestre (alta de 3%).
O Goldman espera que a Petrobras anuncie cerca de US$ 2,4 bilhões em dividendos ordinários juntamente com os resultados, seguindo a política de remuneração ordinária aos acionistas da empresa.
O Itaú BBA favorece a Petrobras para a temporada de resultados do 1T25, pois espera resultados melhores impulsionados por preços do petróleo ligeiramente mais altos, produção mais forte e margens de refino mais altas na comparação trimestral.
Leia mais:
- Confira o calendário de resultados do 1º trimestre de 2025 da Bolsa brasileira
- Temporada de balanços do 1T25 ganha destaque: veja ações e setores para ficar de olho
Além disso, após o 4T24 com investimentos acima do previsto, prevê uma redução nos desembolsos de capital na comparação trimestral, potencialmente levando a um anúncio de dividendos ordinários de US$ 2,4 bilhões (rendimento de dividendo, ou dividendo sobre o preço, de 3,6%). Em relação aos dados operacionais, o BBA destaca que a FPSO Almirante Tamandaré deverá atingir a capacidade de produção até o final deste ano (em comparação com seu cenário base de meados de 2026).
Com capex em queda e alívio nos desembolsos, o BTG Pactual segue confiante na evolução dos fundamentos e mantém Petrobras como sua principal escolha no setor.
The post Petrobras divulga prévia “neutra” e analistas projetam dividendo de US$ 2,4 bi no 1T appeared first on InfoMoney.