Donos e diretores da Prevent Senior são denunciados por homicídio na pandemia

Hospital da rede Prevent Senior. Foto: Divulgação

Eduardo e Fernando Parrillo, donos da operadora de planos de saúde Prevent Senior, e diretores do alto escalão da empresa foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta quarta (5) por homicídio culposo e crimes cometidos dentro de hospitais do grupo. A denúncia cita omissão de notificação obrigatória da Covid-19 durante a pandemia, perigo à vida pela distribuição do “kit covid” e uso de medicamentos sem indicação para o tratamento da doença.

A investigação durou dois anos e oito meses, e os promotores que fazem parte da força-tarefa do MP apontam indícios de que sete pacientes que fizeram tratamento ou ficaram internados em unidades do plano de saúde morreram por erros ou pela conduta de diretores.

O MP cita três crimes na denúncia: homicídio culposo (quando não há intenção de matar), omissão de notificação de doença e perigo para a vida ou saúde de outro. A denúncia aponta que os profissionais testaram medicamentos como flutamida (remédio experimental para tratar câncer de próstata) nos pacientes sem o consentimento deles.

Prevent Senior distribuiu “kit covid” durante a pandemia de coronavírus. Foto: Reprodução

Os médicos que atuaram diretamente no caso não foram denunciados porque o MP entendeu que eles não tinham autonomia para impedir os tratamentos. A conclusão da investigação segue o mesmo entendimento de outra frente de investigação, na área cível, promovida pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), MPF (Ministério Público Federal) e pela Promotoria de Direitos Humanos de São Paulo.

Em fevereiro deste ano, os três órgãos apresentaram uma Ação Civil Pública exigindo uma indenização de quase R$ 1 bilhão da Prevent Senior por coagir médicos a prescreverem medicamentos ineficazes. O caso também foi investigado pelas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) no Senado Federal e da Câmara Municipal de São Paulo.

Além das sete mortes, a força-tarefa do MP arquivou a investigação de outros 53 casos por não conseguir estabelecer um nexo entre a ingestão de medicação imprópria e as mortes. Os promotores analisaram cerca de mil prontuários médicos de pacientes da Prevent Senior e encontraram possíveis tratamentos semelhantes, o que vai gerar pedidos para aberturas de novos inquéritos para cada um deles.

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