Fugitivos de Mossoró ficaram um mês sem revista em celas, aponta investigação

Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró. Foto: Reprodução

A corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen ) realizou uma investigação preliminar e concluiu que os dois presos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, ficaram ao menos 30 dias sem revista em suas celas.

Essa falha nos procedimentos teria resultado a uma série de acontecimentos que culminaram na fuga dos detentos Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, apelidado de Tatu ou Deisinho.

A investigação apontou que os presos conseguiram escapar por meio de um buraco na luminária de suas celas, aproveitando a ausência de revistas que deveriam ocorrer diariamente. Essa falta de fiscalização possibilitou que eles utilizassem uma espécie de chapa de 20 cm para abrir o buraco e deixarem suas celas.

Além das falhas nos procedimentos de revista, foram identificadas deficiências estruturais na penitenciária, como o uso de luminárias com parafusos inadequados e a ausência de laje no shaft, o que também facilitou a fuga dos detentos. Esses problemas estruturais não foram adequadamente tratados ao longo do tempo devido à falta de investimento na infraestrutura do presídio.

Câmeras de vigilância inativas e cercas elétricas danificadas também foram identificados como falhas no sistema de segurança da penitenciária.

Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça com eventuais disfarces. Foto: Reprodução

Após a conclusão da investigação preliminar, foram abertos três processos administrativos disciplinares envolvendo 10 servidores que ocupavam cargos de chefia durante o período que antecedeu a fuga. Além disso, 17 servidores receberam Termos de Ajustamento de Conduta por não seguirem os procedimentos corretos.

A investigação também apontou a necessidade de uma nova análise da gestão desde a construção do presídio para identificar problemas estruturais não resolvidos.

Segundo a Folha de S.Paulo, enquanto os processos administrativos podem resultar até na demissão dos servidores envolvidos, os Termos de Ajustamento de Conduta requerem o cumprimento de condições estabelecidas e a realização de um curso sobre procedimentos e rotinas carcerárias.

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