Eleições: PL de Bolsonaro e MDB lideram nas cidades com maior índice de desmatamento

Vista aérea da Reserva Biológica de Serra do Cachimbo, em Altamira. Foto: Victor Moriyama/Greenpeace

Nas eleições municipais deste ano, nas quais a pauta das mudanças climáticas destaca-se por conta dos fenômenos causados pelas chuvas, secas e queimadas país afora, os partidos do ex-presidente Jair Bolsonaro, PL, e Michel Temer, MDB, que pouco ou nada fizeram pela questão ambiental, são os favoritos nas cidades com os maiores índices de desmatamento no Brasil.

Um levantamento do Metrópoles, realizado com base nos dados do MapBiomas Alertas e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), destaca a relação entre a política local e a emergência climática no país.

As eleições, que ocorrerão em 5.569 municípios brasileiros, terão uma relevância particular nas cidades localizadas na Amazônia, região que concentra os maiores índices de desmatamento. Segundo dados do MapBiomas, entre janeiro de 2019 e julho de 2024, municípios como Altamira (PA), São Félix do Xingu (PA), Lábrea (AM), Porto Velho (RO) e Apuí (AM) foram responsáveis pela destruição de mais de 1 milhão de hectares de vegetação nativa.

O PL e o MDB concorrem à prefeitura em quatro dos cinco municípios com os maiores índices de desmatamento. Já o Partido dos Trabalhadores (PT), do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participa da corrida eleitoral em dois desses municípios.

Neste cenário, aumenta-se a preocupação entre os eleitores sobre o posicionamento dos candidatos frente à crise climática e o impacto de suas ações sobre o meio ambiente.

Incêndio em solo brasileiro
Incêndio em solo brasileiro – Jader Souza/AL Roraima

Pela legislação ambiental brasileira, o Código Florestal estabelece que 80% da cobertura vegetal nativa em propriedades privadas deve ser preservada. No entanto, os municípios têm autonomia para autorizar a supressão de vegetação por meio da concessão de licenças para empreendimentos, o que pode influenciar diretamente nos índices de desmatamento. Esse poder de decisão dos prefeitos torna ainda mais relevante o debate sobre a postura dos candidatos frente às questões ambientais.

A redução do desmatamento na Amazônia em 2023, com queda de 62,2% em relação ao ano anterior, é um dado positivo, mas ainda insuficiente para reverter os danos acumulados nos últimos anos.

O desafio para os prefeitos eleitos será conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, garantindo que as políticas locais estejam alinhadas com as metas climáticas nacionais e internacionais.

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