Sequestro de nazista e vingança por atentado: veja famosas operações do Mossad

A megasecreta operação de inteligência e espionagem que culminou com a explosão simultânea de milhares de aparelhos de comunicação do tipo pager no Líbano, supostamente engendrada por Israel para atingir integrantes do grupo armado Hezbollah, teria a assinatura do Mossad, segundo reportagens da Reuters e do The New York Times.

Mas o que é esse sempre citado órgão de segurança israelense? Qual sua história e por quais  missões ele é mais famoso?

O Mossad, que atua na área de inteligência no exterior e nas operações secretas, é um dos pilares do tripé de segurança do Estado de Israel, ao lado do Aman (inteligência militar) e do Shin Bet (segurança interna).

Criado em 1949, ele é fruto do escritório de inteligência do Haganah, que era a força militar judaica na Palestina durante o controle britânico do território.

Adolf Eichmann

Provavelmente, a operação mais notória e importante do Mossad foi o sequestro na Argentina do criminoso de guerra alemão Adolf Eichmann, em 1960. Como oficial da SS encarregado do departamento judaico da Gestapo, Eichmann foi um dos principais arquitetos da Solução Final, responsável por facilitar o transporte e o assassinato de centenas de milhares de judeus europeus durante o Holocausto.

Após a rendição da Alemanha, Eichmann tinha sido capturado três vezes pelas forças aliadas, mas conseguiu escapar em todas elas, fugindo então para a Argentina em 1950. Ele assumiu a identidade de Ricardo Klement.

Conforme livros, documentários e até filmes a respeito, o nazista foi identificado pela filha de um judeu alemão que vivia no país da América do Sul. Ela namorou o filho do crimino de guerra por um período.  

Uma equipe de 30 pessoas do Mossad foi reunida para a operação, muitos deles sobreviventes do Holocausto que perderam familiares e amigos nas mãos dos nazistas. A caminho do trabalho, Eichmann foi capturado, mantido em uma casa segura por 9 dias e extraditado em segredo.

Eichmann foi julgado em Jerusalém, considerado culpado de 15 acusações e, finalmente, executado por enforcamento.

Ira de Deus

Outra missão famosa do Mossad foi a Operação Ira de Deus, que vingou a morte de 11 atletas israelenses mortos durante as Olimpíadas de Munique por terroristas pertencentes ao grupo Setembro Negro. Essa operação foi abordada no filme Munique, de 2005, dirigido por Steven Spielberg

Em resposta, o governo israelense encarregou o Mossad de encontrar as pessoas direta e indiretamente responsáveis pelo massacre e assassiná-las.

A Operação Ira de Deus foi suspensa em 1973, quando a equipe do Mossad matou acidentalmente um garçom na Noruega, confundindo-o com um de seus alvos. Mas foi reativada em 1979, quando o Mossad assassinou Ali Hassan Salameh em Beirute – ele era o chefe de operações do Setembro Negro.

Antes disso, o serviço de inteligência espionagem israelense também cooptou um piloto de caça iraquiano em 1964 e conseguiu colocar as mãos num moderno jato soviético MIG-21, cuja tecnologia foi compartilhada depois com os Estados Unidos.

Foi Mossad também quem ajudou na emigração de quase 100 mil judeus marroquinos 1961 e 1964, após o país ter conquistado a independência da França.

No início dos anos 1980, o Mossad chegou a usar um resort abandonado no Mar Vermelho, no Sudão, transformou-o em um resort de mergulho e surfe e conseguiu transportar judeus etíopes para Israel de barco.

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