Braskem tem mais uma boa notícia: como alta de tarifas de importação ajudará BRKM5?

Mais uma boa notícia para a Braskem (BRKM5), que nas últimas semanas passou por uma onda de elevação de recomendação de suas ações.

O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) aprovou o aumento das tarifas de importação de 12,6% para 20% para PE, PP e PVC (entre outros produtos químicos) conforme solicitação da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM). As taxas mais altas passarão agora por uma fase de consulta pública pelo Mercosul que dura 15 dias e depois disso, se não houver objeções, as tarifas serão publicadas no Diário da União (DOU) e terão validade de 12 meses (sendo prorrogáveis).

Este era visto como um dos catalisadores para as ações da Braskem, com os ativos saltando na última sexta-feira (13) apenas com a expectativa de que essa votação aconteceria.

O Bradesco BBI espera que o impacto anualizado do aumento da tarifa contribua para impulsionar o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da Braskem em até US$ 400 milhões (ou R$ 2,2 bilhões, levando em conta o fechamento do câmbio na quarta), dependendo se a empresa decidir repassar as tarifas para preços locais ou ganhar participação de mercado. O BBI segue com a recomendação de compra para BRKM5.

A XP Investimentos também destaca que, além de Braskem, a notícia é positiva para Unipar (UNIP6).

Os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm estimam um impacto positivo no Ebitda da Braskem de cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,64 bilhão) por ano. Isso representa um aumento de próximo de 30% no Ebitda dos últimos doze meses.

Em uma base pós-impostos, o valor de um ano de tarifas mais altas adiciona aproximadamente 7% ao valor de mercado da empresa.

“Em nossa opinião, a tarifa adicional pode ajudar a Braskem a reverter a queima de caixa dos últimos trimestres, posicionando melhor a empresa para a virada do ciclo petroquímico, que vem ocorrendo de forma gradual. A Unipar também se beneficia desta decisão devido à sua exposição ao PVC (cerca de 40% da receita)”, avaliam Cardoso e Helena. Para a Unipar, a XP estima um impacto positivo de cerca de R$ 100 milhões por ano, um aumento de cerca de 13% em relação ao Ebitda dos últimos doze meses e uma criação de valor próxima de 1,2% do market cap atual da Unipar.

O Santander também vê a notícia como positiva para o setor petroquímico brasileiro em geral, e em particular para a Braskem, que detém uma participação substancial no mercado de PP/PE/PVC, mas vem perdendo participação para resinas importadas dos EUA, Ásia e Oriente Médio nos últimos anos.

“Observamos que o aumento nas tarifas pode ter um efeito em (i) volumes, por meio da recuperação da participação de mercado se os distribuidores/transformadores decidirem reduzir os volumes de importação e/ou (ii) preços, se os distribuidores/transformadores continuarem a importar grandes quantidades, mas a preços mais altos”, avalia o Santander.

Na visão do banco, o efeito final deve ser uma combinação de ambos: uma recuperação na participação de mercado, especialmente dadas as condições secas no Norte do Brasil (ou seja, grandes volumes são importados por Manaus), e um aumento no preço doméstico das resinas.

No geral, com base no cálculo do preço de paridade de importação, o banco estima que o Ebitda da Braskem pode aumentar em cerca de US$ 350 milhões, ou R$ 1,9 bilhão (cerca de 20% do Ebitda esperado para 2025), o que pode vir de uma combinação de volumes e preços no mercado doméstico de resinas.

“Continuamos acreditando que a Braskem se beneficiará de vários ventos favoráveis ​​que devem mitigar o efeito do atual ciclo de baixa dos petroquímicos: (i) tarifas de importação mais altas no Brasil; (ii) maior utilização no México (com melhores spreads de PE); (iii) sazonalidade favorável no 2S24; (iv) depreciação do real; (v) reduções de preço do Brent e da nafta; e (vi) preços de frete mais altos, o que pode permitir uma geração de FCF (fluxo de caixa livre) pequena, mas positiva, em 2025”, avaliam os analistas do Santander.

Olhando para frente, um aumento nas tarifas antidumping para PVC pode acontecer. A Braskem e outros participantes da indústria também se comprometeram com um aumento na tarifa antidumping para PVC de certos países, particularmente nos EUA.

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