A lição da fé

Relata o evangelista Mateus que, certa vez, ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco e fossem adiante, para o outro lado, enquanto despedia a multidão. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. O barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas, porque o vento era contrário. Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se para eles, caminhando por cima do mar. E os discípulos, vendo-o caminhar sobre as águas, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram, com medo. Jesus lhes disse: Tranquilizai-vos, sou eu, não temais de nenhum modo. E respondeu-lhe Pedro: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. E ele disse: Vem. Mas sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou: Senhor, salva-me. E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? E, voltando para o barco, acalmou o vento. Então, disseram-lhe os discípulos: És verdadeiramente o Filho de Deus.

Diante da dúvida e do medo, Jesus deixou a lição da fé. Fazendo uma analogia com a vida na Terra, diante de tribulações e dificuldades, sentimo-nos como o dedicado discípulo Pedro, vivenciando sentimentos de dúvida e hesitação. Há períodos mais revoltos e outros nem tanto, porém sempre nos convidando ao reajuste e à vivência da fé para vencermos as nossas fraquezas. A oportunidade da reencarnação é bênção de Deus, que se apresenta com desafios de crescimento individual e de progresso moral. As dificuldades destinam-se a provar e fortalecer nossa fé.

E a Doutrina Espírita esclarece que a fé não é prescrita nem imposta; é construção a ser realizada no laborioso serviço de progresso espiritual, sendo imprescindível voltar os olhos para além do mundo material e elevar o entendimento. Segundo Allan Kardec, a fé precisa enfrentar a razão em todas as fases da humanidade. Compreendendo a verdade dos ensinamentos do Cristo e as leis de Deus, acenderemos, gradativamente, a fé, iluminando a caminhada.

Emmanuel, através do estimado Chico Xavier, destaca que a fé é a lâmpada sublime. E compara a vida com uma árvore divina, convidando-nos a olhar para o alto, nos dedicarmos aos ramos novos, cheios de frutos, sem nos fixarmos nos frutos das oportunidades perdidas que deixamos apodrecer ou nas tristezas, fracassos e desenganos.

Como aprendizes, aprimoremos nossos sentimentos e atos de cada dia pelos padrões do Evangelho de Jesus, buscando vivenciar seus ensinamentos, na certeza de que Jesus, assim como a Pedro, estender-nos-á suas mãos: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai, ao não ser por mim”.

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