Israel bombardeia Beirute e faz o maior ataque ao Líbano desde o início da guerra

Nuvem de fumaça surgindo do povoado de Kfar Kila, no sul do Líbano, após bombardeios
Nuvem de fumaça surgindo do povoado de Kfar Kila, no sul do Líbano, após bombardeios – Karamallah Daher/ Reuters

O Exército de Israel realizou, nesta sexta-feira (20), um ataque aéreo em Beirute, considerado o maior contra o Líbano desde o início da guerra em Gaza, de acordo com fontes do governo libanês. O bombardeio ocorreu após o grupo Hezbollah disparar 150 foguetes contra o norte de Israel, em retaliação a explosões que atingiram dispositivos do grupo extremista, como pagers e walkie-talkies. Com informações do g1.

De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, o ataque israelense resultou em 14 mortos e 59 feridos. Entre as vítimas fatais está Ibrahim Aqil, comandante de operações militares do Hezbollah e principal alvo da ação. Ele era procurado pelo governo dos Estados Unidos por seu suposto envolvimento no atentado à Embaixada dos EUA em Beirute, em 1983.

O porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, afirmou que o ataque teve como objetivo “proteger os cidadãos de Israel”. No entanto, a imprensa local reportou que crianças estão entre as vítimas e que prédios residenciais e veículos foram danificados.

Contexto

O bombardeio a Beirute marca o maior ataque ao Líbano desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, que começou em outubro do ano passado. Fontes do governo libanês relataram à Reuters que essa escalada reflete o aumento das tensões na região.

Em resposta ao ataque israelense, o Hezbollah lançou 150 foguetes em sete ofensivas contra o norte de Israel, incluindo um que teria atingido o centro de inteligência israelense. O grupo afirmou ter utilizado foguetes Katyusha, desenvolvidos pela antiga União Soviética, que possuem capacidade de driblar os sistemas de defesa israelenses.

Ataque israelense atingiu área de subúrbio ao sul de Beirute, capital do Líbano
Ataque israelense atingiu área de subúrbio ao sul de Beirute, capital do Líbano – Reuters/Mohamed Azakir

Reações internacionais e consequências

Após o ataque, os Estados Unidos emitiram um alerta para que seus cidadãos deixem o Líbano. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adiou uma viagem programada aos EUA devido à escalada das tensões com o Hezbollah.

Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel, declarou que as operações militares continuarão até que os moradores do norte de Israel possam retornar em segurança para suas casas. Essas ações intensificaram-se após o início da guerra na Faixa de Gaza e o aumento das hostilidades com o Hezbollah, que apoia o Hamas e recebe financiamento do Irã.

Explosões de dispositivos do Hezbollah

O Hezbollah responsabilizou Israel por uma série de explosões de pagers e walkie-talkies que ocorreram entre os dias 17 e 18 de outubro, resultando na morte de 37 pessoas e ferimentos em mais de 3 mil, conforme dados do Ministério da Saúde do Líbano. Embora Israel não tenha comentado o incidente, fontes libanesas indicaram que as baterias dos dispositivos continham PETN, um explosivo altamente poderoso.

Segundo as investigações preliminares libanesas, os explosivos foram implantados nos dispositivos antes de sua entrada no país. O Líbano informou as Nações Unidas sobre essas descobertas, e o Conselho de Segurança da ONU deve se reunir para discutir o caso.

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