Filmagem e esconderijo: as maratonas sexuais promovidas pelo rapper Diddy

O rapper Diddy. Foto: reprodução

Após ser preso por tráfico sexual, a imprensa dos Estados Unidos está revelando detalhes assustadores sobre a investigação contra o rapper e empresário Sean Combs, conhecido como Diddy ou Puff Daddy. Segundo o New York Times, as autoridades o investigam pela promoção de festas de orgia conhecidas como “freak-offs”. Essas reuniões supostamente envolviam drogas, sexo coagido e abusos prolongados, com participantes tão exaustos que precisavam de fluidos intravenosos para se recuperar.

De acordo com uma acusação de 14 páginas apresentada pelo governo dos EUA, o rapper estaria à frente de uma “empresa criminosa” que organizava esses encontros e encobria os danos físicos e emocionais resultantes.

As “performances sexuais elaboradas”, como descrevem os promotores, aconteciam em hotéis de luxo abastecidos com drogas e óleo de bebê. Testemunhas afirmam que Combs usava as filmagens desses eventos para ameaçar e manipular os participantes, impedindo-os de denunciar qualquer abuso. “A atividade ‘freak-off’ é o cerne deste caso, e os ‘freak-offs’ são inerentemente perigosos”, afirmou a promotora Emily A. Johnson em uma audiência recente.

As alegações remetem a um processo civil movido pela cantora Cassie, ex-namorada do artista, que também o acusou de organizar esses eventos abusivos. Segundo a ação, Cassie era forçada a participar e a seguir instruções dele durante os “freak-offs”, enquanto ele gravava e ajustava o ambiente para capturar os atos. O governo, entretanto, não nomeia Cassie, referindo-se a ela apenas como “Vítima-1”.

Os advogados do rapper argumentam que os encontros eram consensuais e que, embora incomuns, não envolviam tráfico sexual. “Todo mundo tem experiência em ser íntimo dessa maneira? Não”, disse o advogado Marc Agnifilo, defendendo o músico. “É tráfico sexual? Não, se todos quiserem estar lá”.

Donald Trump e Sean Combs em 1997. Foto: reprodução

As autoridades, no entanto, afirmam que os “freak-offs” envolviam uma equipe coordenada de facilitadores que providenciavam prostitutas, quartos de hotel e suprimentos, além de ocultar qualquer dano físico causado às vítimas. Promotores revelaram que, em alguns casos, as participantes eram mantidas escondidas por dias para se recuperarem de lesões infligidas por ele. “Essas ocasiões incluíram casos em que uma vítima era obrigada a permanecer escondida”, consta na acusação.

O caso também menciona que Combs usava vídeos dos eventos como arma para chantagear as mulheres. Uma das vítimas relatou que o músico a ameaçava com gravações em que ela aparecia sob forte efeito de drogas. “Ele disse que me exporia”, contou a mulher.

Embora a investigação mencione apenas uma vítima principal, os promotores sugerem que houve várias. Durante uma audiência, foram apresentados trechos de conversas nas quais outras mulheres relataram experiências semelhantes de abuso. Uma das vítimas enviou uma mensagem ao rapper três dias após o processo de Cassie, dizendo: “Sinto como se estivesse lendo meu próprio trauma sexual”.

Puff Daddy se declarou inocente das acusações de tráfico sexual e conspiração de crime organizado. Seus advogados insistem que ele não cometeu nenhum crime e que as interações foram consensuais. Contudo, o juiz Andrew L. Carter Jr. negou a fiança, citando o risco de obstrução da justiça e interferência com testemunhas.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.