Projeto arrecada absorventes para mulheres encarceradas em JF; saiba como doar

O Projeto Vozes do Cárcere realiza, até o dia 15 de outubro, uma campanha de arrecadação de absorventes, calcinhas e desodorante em creme, para mulheres encarceradas no anexo feminino Eliane Betti, na Penitenciária José Edson Cavalieri, no Bairro Linhares, Zona Leste de Juiz de Fora. A ação, de combate à pobreza menstrual e de promoção à cidadania, abre as iniciativas relacionadas ao Outubro Rosa na cidade.

A idealizadora do projeto, Estefany Prestes dos Santos, é graduanda em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e toca iniciativas para pessoas encarceradas desde o ano passado. A partir do projeto “Literatura e Cárcere”, ações temáticas vem sendo desenvolvidas pela estudante, que conhece de perto a realidade do sistema carcerário da cidade.

“A penitenciária fornece absorventes, mas a quantidade é insuficiente. Geralmente, são oito absorventes para cada mulher”, avalia. Ela também destaca a realidade que circunda o universo de mulheres encarceradas que menstruam. “Já ouvi relatos de mulheres presas que usavam meias para ‘segurar a menstruação’ porque o absorvente havia acabado. Levar itens de higiene pessoal para elas é um ato de humanidade e empatia, garantindo direitos fundamentais”, afirma Estefany. A intenção é que 45 mulheres possam ser beneficiadas com as doações.

Como doar

As doações podem ser feitas através da doação em dinheiro, via Pix ([email protected]), ou em dois pontos de coletas, distribuídos na Região Central da cidade e na Cidade Alta. No Centro, os produtos podem ser entregues na Avenida Barão do Rio Branco 2055, sala 1205. Ou, então, na Biblioteca da Faculdade de Direito da UFJF, na Rua José Lourenço Kelmer, Bairro São Pedro.

Doação para mulheres em vulnerabilidade social na cidade também podem ser feitas na Casa da Mulher, na Avenida Garibaldi Campinhos 169, Bairro Vitorino Braga, Região Sudeste.

Sejusp nega ‘falta de absorventes’

Procurada pela Tribuna, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que não há falta de absorventes íntimos para as mulheres custodiadas na unidade prisional citada.

“Ressaltamos que a frequência de reposição dos itens de higiene varia de unidade para unidade. A maioria das unidades repõem os itens mensalmente, e vale destacar que todo material de higiene, incluindo absorventes femininos que por algum motivo venham a acabar antes do previsto, é reposto imediatamente quando solicitado; algumas unidades ainda fazem a reposição semanalmente”, diz o texto.

A pasta estadual também destacou que o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), por meio da Diretoria de Trabalho e Produção da Superintendência de Humanização do Atendimento, “desenvolve o projeto Liberdade em Ciclos, iniciativa que consiste na fabricação de absorventes e fraldas descartáveis produzidas por presos, nas dependências de unidades prisionais de Minas Gerais. A produção de absorventes chega a cerca de 150 mil por mês, destinados a doação e ao consumo interno nas unidades prisionais do Estado.”

Lei Municipal

Juiz de Fora tem também seu próprio Programa Municipal de Erradicação da Pobreza Menstrual no Município, já instituído por lei. Nessa campanha, mulheres e pessoas que menstruam que estejam em vulnerabilidade social conseguem atendimento à saúde e higiene pessoal. De acordo com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio de emendas parlamentares foram distribuídos em 2023 cerca de 21 mil absorventes.

Parte deles foi destinada a instituições que integram o Mesa da Cidadania, e o maior montante para escolas municipais. A expectativa é que, neste ano, seja dispostos mais de 18 mil unidades de absorventes em escolas e Unidades Básicas de Saúde (UBS), o processo para isso, segundo o executivo, já está na reta final.

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