TCM investiga gestão Nunes por compra de dois planetários sem licitação por R$ 34 milhões

O atual Prefeito de SP e candidato à reeleição Ricardo Nunes durante entrevista no Roda Viva, da TV Cultura – Foto: Reprodução

O Tribunal de Contas do Município (TCM) de São Paulo vai julgar a gestão do prefeito Ricardo Nunes pela compra, sem licitação, de dois planetários, que somaram R$ 34 milhões. O valor alto, segundo auditores do TCM, e a falta de concorrência levantaram suspeitas sobre o processo de aquisição.

Os equipamentos comprados pela prefeitura são planetários, dispositivos que projetam e reproduzem os movimentos de corpos celestes. A SP Obras, responsável pela contratação, adquiriu dois modelos da empresa alemã Carl Zeiss, sem realizar licitação, sob o argumento de que a Zeiss detém uma patente exclusiva.

O planetário de Parelheiros, inaugurado em agosto de 2024, já está em funcionamento, enquanto o segundo, localizado no CEU Jardim Paulistano, na zona norte, deve ser entregue até o fim do ano.

Instalações do planetário de Parelheiros (SP), que, junto com outro a ser construído no Jardim Paulistano, foi adquirido por R$ 34 milhões pela gestão Nunes, sem licitação – Foto: Reprodução
Parte interna do planetário localizado em Parelheiros, SP, que utiliza tecnologia da Zeiss e foi adquirido sem licitação pela gestão Nunes – Foto: Reprodução

Ambos os planetários foram comprados por meio de um contrato de inexigibilidade, que dispensa licitação em casos de exclusividade de fornecedor.

Representação gráfica de um planetário da Zeiss, semelhante aos adquiridos pela gestão Nunes, sem licitação, por R$ 34 milhões – Foto: Reprodução
Parte externa do planetário de Parelheiros (SP), adquirido sem licitação pela gestão de Ricardo Nunes – Foto: Alexandre Battibugli

No entanto, o TCM apontou que a prefeitura não comprovou que a Zeiss era a única fabricante capaz de fornecer os equipamentos. O tribunal destacou que a simples declaração de exclusividade apresentada pela empresa alemã não é suficiente para justificar a falta de concorrência no processo de compra.

Os auditores do TCM afirmaram que outros fabricantes de planetários poderiam ter sido considerados. O relatório também apontou que prefeituras de outras cidades, como Criciúma (SC) e Vitória (ES), optaram por modelos digitais mais baratos, o que reforça a necessidade de uma comparação de preços.

Com os R$ 34 milhões gastos nos dois planetários, a SP Obras poderia ter adquirido 28 planetários digitais, de acordo com o TCM. Essa diferença de custo levanta questionamentos sobre o uso eficiente dos recursos públicos e a justificativa para a compra.

O tribunal também destacou que, em outros locais, como no Planetário do Porto, em Portugal, modelos óptico-mecânicos foram substituídos por digitais para melhorar a experiência dos visitantes e reduzir os custos de manutenção.

A SP Obras, sobre as acusações, respondeu que a compra foi baseada em um parecer técnico que atestava a qualidade dos equipamentos. O TCM, entretanto, ainda não está satisfeito com as explicações e afirmou que continuará analisando o caso para verificar se houve irregularidades na compra.

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