“Ilegal”, diz cientista político sobre Forças Armadas em enterro de ‘príncipe imperial’ do Brasil

Membros das Forças Armadas no enterro de Antônio Orleans e Bragança, ‘príncipe imperial’

Dom Antônio Orleans e Bragança, herdeiro da Família Real Brasileira, foi sepultado na tarde deste sábado (9) em Vassouras, no Sul do Rio de Janeiro. O sepultamento ocorreu no Mausoléu da Família Imperial no Cemitério da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, após um velório que foi realizado na Igreja da Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, na Zona Sul do Rio.

Dom Antônio faleceu aos 74 anos na última sexta-feira (8), devido a uma doença pulmonar obstrutiva crônica, enquanto estava internado na Casa de Saúde São José, no Humaitá.

A presença de representantes das Forças Armadas na cerimônia chamou a atenção do professor Francisco Teixeira, historiador e cientista político com formação pela UFRJ e pós-graduação pela UFF, USP e em Berlim.

“Isso é ilegal. Forças da República homenageando um monarquista tratado como ‘alteza’. Já viram isso na França, Rússia ou Itália? A morte de uma pessoa que nunca trabalhou, que nos recorda um império escravista, ultramontano e carola é um assunto privado e não há razão para a presença do Estado através das suas Forças Armadas”, disse ao DCM.

A missa de corpo presente foi celebrada na mesma igreja onde ocorreu o velório, antes do sepultamento. A cerimônia contou com a participação de cerca de 40 pessoas, incluindo membros da chamada “Família Real Brasileira” e “autoridades”.

Dom Antônio era bisneto da Princesa Isabel e trineto de Dom Pedro II, deixando sua esposa Dona Christine de Ligne de Orleans e Bragança, três filhos, Dom Rafael de Orleans e Bragança, Dona Maria Gabriela e Dona Amélia de Orleans e Bragança; e dois netos, Joaquim e Nicholas Spearman. Ele também era pai de Pedro Luís de Orleans e Bragança, que faleceu no trágico acidente do voo 447 da Air France em 2009.

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