Troca de cadeiras na PF deve mudar de mãos as investigações contra Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro em discurso enquanto ainda estava no poder. Foto: Alan Santos

A Polícia Federal (PF) se prepara para efetuar mudanças significativas em sua cúpula, incluindo a substituição do diretor-executivo e do chefe da Diretoria de Inteligência Policial (DIP), setor estratégico responsável por investigações em andamento que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As alterações, segundo a Globonews, fazem parte de uma reestruturação que acompanha também a conclusão de investigações complexas, como a que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.

O atual diretor-executivo da PF, delegado Gustavo Souza, braço-direito do diretor-geral Andrei Rodrigues, deixará o cargo para atuar na Interpol. A decisão vem após a nomeação de Valdecy Urquiza como secretário-geral da organização, tornando-se o primeiro brasileiro a liderar a rede internacional de polícias. Com a ida de Souza para a Interpol, a PF aguarda um novo nome para a segunda posição mais alta da corporação.

Outra mudança importante envolve a Diretoria de Inteligência Policial, atualmente chefiada por Rodrigo Morais. Ele será transferido para Londres, onde atuará como adido da PF, conforme publicação no Diário Oficial da União.

A DIP deverá ser assumida pelo delegado Leandro Almada, atual superintendente da PF no Rio de Janeiro e figura de destaque por seu trabalho no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco. Almada montou a equipe que, em 2023, avançou nas investigações e identificou possíveis mandantes do crime, fato que conferiu a ele um reconhecimento nacional.

Leandro Almada, diretor da PF que conduziu as investigações sobre o caso Marielle. Foto: reprodução

A Diretoria de Inteligência Policial é vista como uma das áreas mais sensíveis da PF, pois conduz investigações que envolvem figuras públicas de alto escalão e casos de impacto nacional.

Entre as investigações sob responsabilidade da DIP estão os inquéritos sobre Jair Bolsonaro, a chamada “Abin paralela” (suposta estrutura de espionagem irregular) e as denúncias de assédio contra o ex-ministro Silvio Almeida. A mudança de comando na DIP ocorre em um momento delicado, no qual a PF trabalha para concluir investigações-chave, entre elas, a do inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, prevista para ser finalizada até o fim de novembro.

Além disso, a trajetória de Rodrigo Morais na corporação se destaca pelo seu papel em investigações sensíveis envolvendo o próprio Bolsonaro. Em 2018, Morais foi responsável pelo inquérito que apurou o atentado sofrido pelo então candidato à presidência, concluindo que o autor do ataque, Adélio Bispo, agiu sem mandantes. Essa conclusão nunca foi totalmente aceita por apoiadores do ex-presidente, que levantaram questionamentos sobre a hipótese de uma ação isolada.

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