A audácia do influenciador milionário Léo Picon ao defender a 6×1. Por Nathalí

O influencer Léo Picon, que, recentemente, se posicionou contra a PEC que propõe o fim da escala 6×1 – Foto: Reprodução

Primeira regra para uma sociedade minimamente decente: herdeiro não deve opinar sobre escala de trabalho do proletariado.

Léo Picon, influenciador e empresário, não concorda muito com isso. Filho do empresário Carlos Picon, Léo é herdeiro de milhões de reais, mas, é claro, defende a meritocracia.

Esse cara acha que há algum mérito em lançar uma marca de roupas aos 15 anos com o dinheiro do papai e conseguir se destacar nas redes sociais apenas ostentando a própria condição social (sim, influenciadores ganham dinheiro ao mostrar que têm dinheiro).

Se você nunca ouviu falar de Léo Picon, está certamente muito distante da ostentação de influenciadores milionários nas redes sociais, e faz muito bem.

Eu explico: ele é só mais um herdeiro sem talento para nada que tem coragem suficiente para opinar sobre o que definitivamente não conhece.

Irmão da influenciadora e ex-BBB Jade Picon, ele “trabalha” fazendo posts pagos no Instagram.

Em um post recente, ele chamou a PEC da redução da jornada de trabalho, proposta pela deputada Erika Hilton, de “cortina de fumaça”, emendando com mais uma abobrinha: a redução da jornada de trabalho vai “prejudicar os empresários”.

Meu amor, quem liga para empresário?

Ninguém que nunca deu duro de verdade tem o direito de defender uma escala de trabalho degradante, que retira do trabalhador seu tempo de descanso e lazer e é, além de cruel, contraproducente.

Quem diabos consegue ser produtivo sem tempo para descansar adequadamente, preparar o próprio alimento e ter tempo para cuidar de si?

Léo Picon não tem como saber disso, porque provavelmente jamais precisará trabalhar na vida.

Essa gente usa a desculpa do prejuízo econômico para esconder a própria crueldade e egoísmo.

É fácil dizer que a escala 4×2 vai “quebrar a economia” quando você não trabalha sequer um dia da semana, apenas viaja, posta stories e pensa que isso é “produzir conteúdo”.

A linha tênue entre produtividade e privilégio só se dissolve com o passar dos anos. Gente como Léo Picon se considera “bem-sucedida” enquanto ostenta com o dinheiro da família.

Essa gente não merece apenas ser ignorada; pelo contrário: é preciso constranger quem propaga discurso meritocrático sem mérito algum.

A economia não vai quebrar se o trabalhador puder descansar dois dias por semana, assim como não quebrou com a abolição da escravatura e a criação da CLT, por exemplo.

A opinião de gente como ele não deve ser levada a sério nem por um segundo.

Milionários não deveriam existir em um país miserável, muito menos ter o direito de opinar sobre a miséria desse povo enquanto ostentam uma vida de rei.

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