Energia renovável compartilhada: como funciona?

Com tecnologia que permite escalabilidade, o compartilhamento de energia no varejo torna investimentos em usinas de energia renovável cada vez mais rentável

Confira neste artigo tudo sobre energia renovável compartilhada.

O que é energia renovável compartilhada?

A energia renovável compartilhada é um modelo de geração e consumo de energia que permite que um grupo de pessoas ou empresas compartilhe a produção de energia limpa, geralmente proveniente de fontes renováveis, como solar ou eólica. Esse conceito busca democratizar o acesso à energia sustentável e aumentar a eficiência do uso de recursos energéticos.

Atualmente, há duas formas de investir em usinas de energias renováveis que são bem consolidadas pelo mercado de capitais no Brasil. Com o uso de tecnologia, está se desenvolvendo uma terceira, que tem o potencial de provocar uma disrupção no setor e se consolidar como uma nova classe de ativos.

A primeira forma, que poderíamos chamar de “atacadão da energia”, consiste na construção de usinas de grande porte destinadas ao mercado livre de energia, que representa 30% do market share do consumo total de energia no país. A venda da produção é firmada mediante contratos robustos, de longo prazo – que podem durar mais de uma década – com grandes consumidores. São, portanto, projetos facilmente financiáveis por conta do perfil de risco reduzido.

A segunda abordagem envolve o conceito de “autoconsumo remoto”, que pode ser aplicado a usinas, muitas vezes arrendadas, que atendem a um único imóvel ou a vários imóveis vinculados ao mesmo CNPJ (como agências de um banco, por exemplo). 

Esse modelo busca atender uma fatia considerável do mercado, representando aproximadamente 70% do total de consumidores de energia no Brasil, que são atendidos pelas distribuidoras, ou seja, o mercado cativo.

Dentro desse grupo, estão tanto os consumidores residenciais (pessoas físicas) quanto as empresas (pessoas jurídicas), ambos pagando tarifas mais altas pela energia elétrica. Com isso, surge uma oportunidade de negócios, uma vez que a redução desses custos se torna uma prioridade para esse grande número de consumidores. 

O crescimento do interesse dos investidores é impulsionado pela combinação de preços elevados e um mercado ainda pouco explorado. A evolução das regulamentações e a implementação da energia renovável compartilhada abrem portas para que esse modelo se expanda, apesar de representar ainda uma pequena fração da geração distribuída no Brasil.

Nesse modelo, os produtores de energia renovável podem compartilhar a produção gerada por suas fazendas solares não apenas com um único CNPJ, mas para milhares de CNPJs e CPFs distintos que compartilham dessa geração mais limpa e abatem os créditos do seu consumo, gerando uma economia na conta de energia sem a necessidade de investir em placas solares, por exemplo.

Mas não seria um risco de crédito muito alto? Seria, se não fossem as soluções digitais que vêm sendo desenvolvidas para minimizar esses riscos.

Tecnologias que usam modelos de machine learning e inteligência artificial na qualificação, alocação e gestão do portfólio de usuários, além da otimização do compartilhamento das usinas, reduzem significativamente o risco do investimento e mantêm uma maior rentabilidade comparada às outras opções de investimento em renováveis.

Além disso, startups de tecnologia são capazes de simplificar e digitalizar a experiência do usuário possibilitando escalabilidade e mantendo o usuário fidelizado e, por consequência, gerando um fluxo de caixa previsível e perene para o investidor (a vida útil das usinas é, em média, de 25 anos).

Como funciona a energia renovável compartilhada?

Este modelo permite que pessoas que não têm a possibilidade de instalar sistemas solares próprios, como inquilinos ou moradores de prédios, ainda possam usufruir dos benefícios da energia limpa. 

Ao participar de projetos de energia renovável compartilhada, esses indivíduos podem ter acesso a créditos de energia gerados por usinas solares ou eólicas, tornando a energia sustentável acessível para todos, independentemente de sua infraestrutura.

Projetos colaborativos e cooperativas

Em vez de depender de instalações individuais, os participantes podem se agrupar para financiar e operar projetos de geração de energia renovável, como parques solares ou usinas eólicas. Esses projetos podem envolver desde membros de uma mesma comunidade até funcionários de uma empresa ou associados em cooperativas, oferecendo uma alternativa econômica e coletiva para o consumo de energia limpa.

Distribuição de energia

A energia gerada é dividida entre os participantes de acordo com a sua contribuição ou consumo. Cada pessoa ou empresa recebe créditos na sua conta de energia proporcionalmente à quantidade de energia que “compartilhou” ou consumiu do sistema. Esse modelo permite que todos os envolvidos se beneficiem da energia produzida, gerando economia sem a necessidade de investimentos pesados em infraestruturas próprias.

Quantas pessoas podem compartilhar energia renovável?

O número de pessoas que podem compartilhar energia renovável depende do modelo específico do projeto e da capacidade de geração instalada. Em geral, não há um limite fixo, mas algumas considerações ajudam a determinar quantas pessoas podem participar:

  1. Capacidade do sistema: a quantidade de energia que um sistema de geração renovável (como um parque solar ou eólico) pode produzir influencia diretamente o número de participantes. Sistemas maiores podem atender a mais pessoas.
  2. Tamanho da comunidade: em projetos comunitários, o número de participantes pode variar de algumas dezenas a várias centenas ou até milhares, dependendo do interesse e da necessidade local.
  3. Regulamentação local: algumas regiões têm legislações específicas que definem quantas pessoas podem se juntar em um projeto de energia renovável compartilhada, além de regras sobre a divisão de créditos de energia.
  4. Modelo de negócio: o tipo de estrutura (cooperativas, associações, empresas) também pode impactar quantas pessoas podem participar e como a energia é compartilhada.

Em suma, enquanto projetos menores podem envolver apenas um pequeno grupo, iniciativas maiores têm o potencial de incluir um número significativo de participantes.

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