Ginásio do Ibirapuera é tombado e frustra planos de Exército; entenda

Foto do Ginásio do Ibirapuera após a reforma de 2011. Foto Fernando Dantas/Gazeta Press

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou nesta terça-feira (12) o tombamento definitivo do Complexo Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, em São Paulo, garantindo a preservação do ginásio do Ibirapuera e de outros espaços históricos. A decisão foi unânime e abrange áreas importantes, incluindo a Mancha dos Bombeiros e um terreno que o Exército pretendia usar para construir prédios residenciais.

A votação encerra um embate de quase sete anos em torno da preservação do complexo. A polêmica começou em 2017, quando a gestão de Geraldo Alckmin, então no PSDB, propôs a concessão do espaço e um morador da Vila Mariana solicitou o tombamento junto ao Condephaat, órgão estadual de preservação.

Desde então, a concessão foi defendida por sucessivas administrações estaduais, incluindo a atual, de Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas enfrentou forte oposição de movimentos culturais e arquitetônicos.

A relatora Flávia Brito do Nascimento destacou o valor cultural e arquitetônico do complexo, que possui construções assinadas pelo arquiteto Ícaro de Castro Mello. “O equipamento esportivo carrega não só o valor arquitetônico inegável, mas também a memória de grandes eventos esportivos e culturais”, afirmou.

O tombamento inclui as edificações centrais do complexo: o Ginásio Geraldo José de Almeida, o Estádio Ícaro de Castro Mello, o Conjunto Aquático Caio Pompeu Toledo e o Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro, que já abrigaram eventos esportivos, shows e atividades de relevância nacional.

Imagem aérea do Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, onde fica o Ginásio do Ibirapuera. Foto: Cabral/Folhapress

A decisão do Iphan amplia a proteção sobre a área, preservando a horizontalidade e a baixa densidade visual do entorno, características que reforçam a monumentalidade do complexo esportivo. A inclusão da Mancha dos Bombeiros, uma área que reúne aproximadamente 200 imóveis, foi apoiada pela Associação de Moradores da Vila Mariana (AMV) e já havia sido aprovada pelo Conpresp, órgão municipal de patrimônio.

O tombamento definitivo também marca o fim de uma série de tentativas de privatização e projetos que ameaçavam o espaço, como a proposta da gestão João Doria em 2020 de transformar o ginásio em um shopping center. A ideia gerou protestos, e a ação foi solicitada ao Iphan, apoiado por um abaixo-assinado com mais de 72 mil assinaturas e por uma carta aberta de docentes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

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