Mais quatro PMs são afastados por suposto envolvimento na morte de delator do PCC

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach em close, com expressão de espanto, do lado esquerdo de foto
O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach em reportagem – Reprodução/Record

A força-tarefa criada para investigar a execução de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, na semana passada, resultou no afastamento de mais quatro policiais militares. Agora, oito PMs estão sendo investigados pela Corregedoria da Polícia Militar (PM). A possível participação dos agentes no assassinato do empresário não está descartada. Com informações do Estadão.

Gritzbach, que havia firmado um acordo de delação premiada, revelou informações sobre esquemas de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e corrupção policial.

Na última sexta-feira (8), ele foi executado durante o dia, quando contava com a escolta de quatro PMs, que já haviam sido afastados. Além desses, a investigação identificou outros quatro policiais envolvidos na segurança privada do empresário, resultando na abertura de um inquérito policial militar (IPM).

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Corregedoria da PM, sob o comando do coronel Fábio Sérgio do Amaral, é responsável pela apuração da conduta dos PMs. A instituição destacou que a atividade dos agentes fere o regulamento disciplinar da PM. O inquérito investiga também a possível ligação dos policiais com o assassinato, com a apreensão de seus celulares para análise.

Agentes marcando local onde Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto no Aeroporto de Guarulhos
Local onde Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto – Reprodução

Gritzbach havia retornado de uma viagem ao Nordeste e foi recebido no aeroporto por seu filho, de 11 anos, e por um grupo de seguranças, incluindo os policiais militares.

Durante o trajeto para o aeroporto, um dos carros apresentou uma falha mecânica, levando três seguranças a permanecerem com o veículo, enquanto o quarto seguiu com o filho e sobrinho do empresário. A investigação agora tenta entender o envolvimento desses PMs na execução.

A Corregedoria da Polícia Civil também acompanha o caso, com foco nos policiais civis mencionados no acordo de colaboração de Gritzbach. Os extratos da delação foram encaminhados à Polícia Civil, que iniciou investigações em outubro.

Entre os citados, estão membros de dois departamentos da Polícia Civil de São Paulo: o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), além de policiais de delegacias de bairros da capital paulista, como Ermelino Matarazzo e Tatuapé.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou o afastamento dos policiais civis mencionados na delação. Gritzbach revelou que alguns agentes manipulavam investigações para livrar membros do PCC, recebendo propinas. O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, chefe da força-tarefa, afirmou que todas as responsabilidades serão apuradas, com a punição de qualquer policial envolvido no assassinato do empresário.

A força-tarefa, liderada pelo delegado Gonçalves, conta com a participação de policiais de diferentes setores, incluindo o Departamento de Inteligência da Polícia Civil e a Polícia Militar. A iniciativa também tem o apoio de representantes do Ministério Público do Estado de São Paulo e da Polícia Federal. A investigação está em andamento, com a participação de mais de 50 policiais, e autoridades federais acompanhando o caso.

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