Avanço do Mar em Baía da Traição faz Paraíba declarar estado de calamidade pública

Áreas afetadas pelo avanço do mar em Baía da Traição – Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

O avanço do mar em Baía da Traição, no Litoral Norte da Paraíba, tem causado sérios danos em áreas como a Praia do Forte, levando o município a decretar estado de calamidade pública. O problema, ligado principalmente ao aquecimento global, tem acelerado o processo de erosão costeira na região. Conforme explica o geógrafo Erickson Torres, o aumento da temperatura dos oceanos amplia o volume de água, que avança sobre as áreas costeiras, exigindo medidas de contenção que vão além das soluções temporárias.

Para conter o avanço do mar, a Defesa Civil de Baía da Traição propôs a construção de estruturas em formato de semicírculo de concreto e o alargamento da faixa de areia. O projeto, estimado em cerca de R$ 86 milhões, busca proteger a costa e minimizar o impacto da erosão. No entanto, essa é apenas uma parte das medidas necessárias, já que o avanço do mar está afetando a segurança e as condições de vida dos moradores da região.

O impacto já é visível

A erosão tem avançado cerca de seis metros por ano, reduzindo a distância entre o mar e áreas urbanas para apenas 30 metros. Se o avanço continuar, as aldeias locais poderão ficar isoladas, comprometendo o abastecimento de água e a acessibilidade.

Avanço do mar em Baía da Traição já alcança diversas residências construídas na região – Foto: Reprodução

O secretário de saúde, Emanuel Ferreira, destacou que um estudo da área mais afetada identificou a necessidade de construir quatro semicírculos de concreto ao longo de aproximadamente quatro quilômetros de faixa de areia.

Moradores locais expressam preocupação com a situação. O aposentado Edvaldo Severino, que vive na região há 50 anos, relata nunca ter presenciado esse nível de erosão antes e teme pelas consequências futuras. “Eu tenho medo, mas não saio daqui porque não tenho para onde ir. Será o que Deus quiser”, afirmou.

A técnica em enfermagem Joana Bernardo também destaca as dificuldades enfrentadas pela população. Ela menciona que, com o avanço do mar, os moradores precisarão utilizar rotas mais longas para acessar a cidade, um trajeto que antes levava poucos minutos. Segundo Joana, é triste observar a deterioração da praia e das aldeias, um reflexo do impacto ambiental na rotina dos moradores.

Conheça as redes sociais do DCM:

Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.