Atentado ao STF: veja a cronologia do ataque que terminou com morte na Praça dos Três Poderes

A Polícia Federal investiga como ato terrorista as explosões ocorridas em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, que terminaram com a morte do chaveiro Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, o Tiü França. Primeiro o homem detonou um artefato que estava dentro de um carro e, segundos depois, jogou bombas contra a estátua da Justiça, Praça dos Três Poderes, quando faleceu. Até o momento, a investigação aponta que o homem agiu sozinho e que crime foi premeditado.

A ex-mulher de Francisco, Daiane Farias, disse à PF que Francisco tinha como alvo o ministro Alexandre de Moraes. Segundo ela, ele “queria matar o ministro e quem mais estivesse junto na hora do atentado”.

Francisco morava na cidade de Rio do Sul, em Santa Catarina, onde foi candidato a vereador em 2020, mas não conseguiu se eleger. Ele obteve apenas 98 votos. Segundo a Polícia Civil, o homem alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, alguns dias atrás, onde foram encontrados alguns documentos, como a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) dele, e também foram achados mais explosivos. Um deles detonou enquanto um robô abriu uma gaveta.

O deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC), que era amigo e ex-colega de partido de Francisco, disse que o homem era “uma pessoa de bem”, mas ficou emocionalmente abalado depois que se separou da esposa.

O político revelou que Francisco chegou a passar no gabinete dele em agosto passado, mas ele não o recebeu e só agora teve conhecimento da visita.

“Soube agora, através da minha equipe, que em agosto deste ano ele passou no meu gabinete e ficou batendo papo com os funcionários. Não falei com ele. Não tinha nada que indicasse uma disposição para a violência. Lamento muito o ocorrido, por ele enquanto ser humano, e também porque poderia ferir outras pessoas. Lamento à sociedade como um todo, à Câmara (…) Ele acessava a Câmara muitas vezes. Lamento muito esse episódio”, destacou o parlamentar.

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Veja abaixo a cronologia do atentado, segundo a polícia:

  • Maio de 2023: Francisco Wanderley Luiz alugou uma quitinete em Ceilândia, no Distrito Federal;
  • Ainda em 2023: Francisco voltou para Rio do Sul (SC), mas seguiu pagando aluguel da quitinete no DF;
  • Julho de 2024: Francisco voltou para Ceilândia
  • 26 de julho de 2024: Francisco buscou seu carro em SC
  • 27 de julho de 2024: Francisco chegou novamente a Brasília
  • 13 de novembro de 2024 (data dos ataques): Francisco esteve na Câmara dos Deputados, quando deixou o carro estacionado nas proximidades, em frente ao STF. Por volta das 19h30, o veículo explodiu. Segundos depois, o homem tentou entrar no prédio do STF, mas não conseguiu e passou a arremessar explosivos na estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes. Logo depois, ele detonou outros explosivos e morreu.
  • 14 de novembro de 2024: Corpo de Francisco passou a noite no local e só foi retirado na manhã de quinta-feira. A polícia fez varreduras na Praça dos Três Poderes, onde encontrou um trailer com explosivos, sendo que a investigação apontou que ele também tinha alugado o espaço. Os agentes também foram até a casa alugada pelo suspeito em Ceilândia, onde havia mais bombas e uma delas explodiu quando um robô abriu uma gaveta. Ex-mulher de Francisco foi ouvida pela PF, quando disse que o alvo do atentado era o ministro Alexandre de Moraes.

O atentado

O atentado ocorreu na noite de quarta-feira (13). Imagens de câmeras de segurança mostram o momento exato em que Francisco jogou explosivos contra a estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes. Depois, ele detonou a bomba que o matou (veja no vídeo abaixo):

Primeiro foram detonados explosivos em um carro, que estava no estacionamento anexo à Câmara dos Deputados, em frente ao STF. 

Em questão de 20 segundos depois, houve a segunda explosão já na Praça dos Três Poderes, onde Francisco morreu. O corpo dele passou a noite toda no local e foi liberado para ser recolhido só na manhã desta quinta-feira (14). Ele foi levado para passar por exames necropsiais.

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