Preços das carnes sobem e tendem a continuar altos até 2026

Após uma sequência de quedas nos preços, o valor das carnes voltou a subir no Brasil, especialmente entre setembro e outubro, impulsionado pela elevação do preço da carne bovina.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os custos dos cortes de carne aumentaram, em média, 8% nos últimos 12 meses, com destaque para o patinho (11,5%), acém (10%) e contrafilé (9%).

Especialistas apontam quatro fatores principais para essa alta de preços:

1. Ciclo da pecuária: A oferta de bois começa a diminuir após anos de altos abates.

2. Condições climáticas: A seca e as queimadas afetaram a formação de pastos, principal fonte de alimentação para o gado.

3. Exportações: O Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, continua a registrar recordes de vendas externas.

4. Renda: A redução do desemprego e o aumento do salário mínimo impulsionaram o consumo de carne.

Esses fatores indicam que os preços das carnes não devem cair em 2025 e podem continuar a subir até 2026. A escassez de bovinos no mercado está relacionada aos ciclos de reprodução da pecuária.

Quando os pecuaristas esperam alta no preço do bezerro, preferem manter as fêmeas para reprodução, o que diminui a oferta de gado para abate. Em contrapartida, quando as expectativas de preço caem, há um aumento nos abates, gerando maior oferta de carne e redução dos preços.

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Nos últimos dois anos, o Brasil teve um aumento significativo nos abates, que, no terceiro trimestre de 2023, superaram 10 milhões de cabeças. Isso gerou uma queda temporária nos preços das carnes, mas, ao mesmo tempo, resultou em um número menor de nascimentos, o que contribui para a escassez de gado nos próximos anos.

Além disso, o preço do bezerro subiu 22% entre julho e novembro de 2024, e especialistas indicam que, devido ao ciclo de produção, os efeitos da escassez de carne devem se refletir até 2026.

A alta do preço dos bezerros, por sua vez, torna a retenção das fêmeas para reprodução mais rentável, o que contribui para o prolongamento dessa tendência de alta nos preços da carne.

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